Ano começa com alta temperatura nos bastidores eleitorais de Sorocaba e PMDB e PSDB assumem o protagonismo da disputa de outubro

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Em 2001, quando era prefeito, Renato Amary deu um aditivo num contrato para uma construtora que fazia uma escola (ele fez 39 escolas em oito anos) no Conjunto Habitacional Herbert de Souza. Em 2006 esse contrato foi julgado regular. Mas esse julgamento foi contestado e julgado novamente em 2015 e dessa vez (15 anos após a obra) com revés ao ex-prefeito. Essa decisão bastou para que fervesse nas redes sociais que Renato Amary estivesse impedido de ser candidato a prefeito em outubro próximo.

Renato Amary, pré-candidato a prefeito pelo PMDB, esteve na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) na última sexta-feira (08/01/16) e explicou que nada impede a candidatura dele. Esse revés, explicou, pode ser revertido e caso não seja deixou claro que o Tribunal de Contas do Estado só pode impugnar alguma candidatura caso as contas do prefeito estejam rejeitadas e, disse Renato Amary, suas oito contas foram aprovadas. A última decisão do TCE poderá criar problema no futuro, coisa de anos, caso a justiça tenha o mesmo entendimento do TCE. O candidato do PMDB se disse muito tranquilo em relação ao registro da sua candidatura e creditou todo o barulho dessa decisão ao início da campanha eleitoral e que coube ao diretório municipal do PSDB criar essa dúvida em torno da sua candidatura.

O presidente do diretório municipal do PSDB, João Leandro da Costa Filho, que é o secretário de Governo e Segurança Comunitária da Prefeitura de Sorocaba e é assessor do prefeito Pannunzio há mais de vinte anos, esteve na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) hoje (11/01/16). João Leandro deixou claro que a Fanpage do PSDB reproduziu a decisão do Tribunal de Contas porque isso é fato e virou notícia devido a importância da decisão no contexto eleitoral desse ano. Ele falou que o partido vai fazer proposituras de governo e não tem foco na desconstrução de nenhuma candidatura. Ao analisar a situação do candidato do PMDB, como advogado e coordenador vitorioso da campanha eleitoral de 2012, quando Pannunzio foi eleito, João Leandro explicou que será uma candidatura suspeita em razão dele ter condenações em tribunais colegiados e que o novo calendário eleitoral, que encurtou a campanha em mais de um mês, só aumenta essa dificuldade para o registro da candidatura do peemedebista.

Sobre a denúncia de que dois secretários municipais (Oduvaldo Denadai e Rubens Lara) estariam pedindo dinheiro a um fornecedor da Prefeitura, a empresa Prius de Belo Horizonte (MG), para fazer a campanha eleitoral deste ano, João Leandro negou o fato e disse que o prefeito Pannunzio determinou a abertura de um inquérito policial afim de investigar a denúncia. O fato é de dezembro, mas ficou conhecido nesta segunda-feira em reportagem do repórter Leandro Nogueira do Cruzeiro do Sul. João Leandro disse que os dois secretários e mais outros dois funcionários públicos apresentaram denúncia contra o empresário da Prius por reparação de danos morais e exigem que ele prove a denúncia que fez. A Prius ganhou licitação de R$ 10 milhões para fazer o recadastramento imobiliário de Sorocaba. O advogado Anselmo Bastos, ouvinte do programa, mandou mensagem e disse que a Prius podia até fazer o recadastramento, mas fazia também pesquisa sobre o governo, o que é ilegal. Situação negada por João Leandro.

Ou seja, a campanha eleitoral começou em alta temperatura, ao menos nos bastidores. E que ninguém espere trégua. O que me surpreende é PT, PRB, PEN, PSOL (partidos que já anunciaram candidatos na eleição deste ano) terem deixado a polarização dessa disputa para os mais tradicionais candidatos, Renato Amary, e Pannunzio (sim, na entrevista desta segunda-feira João Leandro foi curto e grosso ao dizer que o candidato tucano é Pannunzio. Ele deixou em aberto que Pannunzio não seja caso não deseje e seja uma decisão pessoal. A decisão de partido, que inclui Vitor Lippi e Maria Lúcia Amary, é que Pannunzio seja o candidato enfatizou ele). Que o PSC (do ex-prefeito Flávio Chaves) também se decida se terá candidatura própria e que todos os partidos ajam para evitar que o protagonismo esperado de Renato Amary e de Pannunzio não seja exclusivo do processo eleitoral.

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