Como você ficou sabendo com exclusividade na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,Mhz), uma série de problemas no âmbito pessoal afastou Janayne Mafeis do cargo de secretária de Saúde de Sorocaba. Hoje, novamente no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz), revelei em primeira mão que seu substituto, o médico Sérgio Alexandre de Oliveira, anunciado para o cargo na quinta-feira passada, também deixou a função dois dias depois de começar no cargo. Até este momento, 15h, a assessoria do prefeito Crespo tratava o assunto com cautela e sustentava que não há nada oficial sobre a saída de Sérgio de Oliveira do cargo.
Mas, consultado por texto se ele era o secretário da Saúde, Sérgio respondeu: “infelizmente, não foi dessa vez”.
Perguntei a uma fonte minha da prefeitura se Sérgio de Oliveira abriu mão da oportunidade de ser secretário e essa fonte ratificou: “ele desistiu sim, não é mais o secretário”.
Até às 15h, também, não havia sinal de quem poderá vir a ser chamado por Crespo para colocar em prática o plano elaborado para a área da saúde. Vale lembrar, informação até então desconhecida, foi desvendada pelo próprio Sérgio de Oliveira quando aceitou assumir o cargo: vou aplicar o plano que estava sendo elaborado há dois anos, desde 2014, pela equipe de saúde montada por Renato Amary. Janayne participou dessas discussões e era pessoa muito próxima de Ademir Watanabe, médico de carreira na Prefeitura de Sorocaba, e de larga experiência na gestão de saúde pública tendo sido braço direito de Vitor Lippi quando este foi secretário da Saúde de Renato Amary e secretário da Saúde quando Lippi foi prefeito. Pessoa de confiança de Renato Amary, sempre se achou que Watanabe seria o secretário. A indicação de Janayne foi dele. Não se sabe o peso que ele terá na escolha do próximo secretário e nem mesmo se ele vai topar e assumir o comando da pasta.
O que levou à desistência
Como acontece com a maioria dos médicos, eles constituem empresa (Pessoa Jurídica) e prestam serviços a diferentes órgãos. Sérgio Oliveira, como obstetra e ginecologista, tinha uma empresa contratada pela Santa Casa. O contrato foi rompido automaticamente no final de 2016 quando a requisição da Santa Casa por parte da Prefeitura terminou e a Irmandade assumiu o comando do hospital. Nesta segunda-feira, primeiro dia útil do ano e primeiro dia de trabalho do novo prefeito, a Irmandade começou a chamar os médicos para fazer um novo contrato. Foi então que Sérgio de Oliveira se deparou com a questão: como ser contratado da prefeitura, que recebe dinheiro público, sendo o secretário que faz a gestão desse dinheiro.
Na tarde desta terça-feira, alertado do problema, Crespo afirmou que Sérgio teria de escolher e enalteceu suas qualidades e desejo que ele ficasse como secretário. Ele pediu para pensar e hoje, às 8h, se reuniu com Crespo e ratificou que o peso do dinheiro neste momento da sua vida estava falando mais alto e ele não tinha como abrir mão dos vencimentos para receber apenas o salário de secretário, hoje na casa de R$ 16 mil sem os descontos de impostos.
Nada de oficial
O secretário de comunicação do novo governo, Eloy de Oliveira, me afirmou de manhã que não existia nem pedido de demissão e nem de exoneração de Sérgio de Oliveira. Na hora do almo, quando recebi a confirmação de que Sérgio tinha feito a opção de sair, Eloy insistiu que não havia nada, mas se comprometeu a conversar com o prefeito e soltar uma nota oficial sobre o assunto, nem que fosse para desmentir o que afirmei na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema às 8h40 e ratifiquei no programa BreakFest (Rádio Ipanema FM 91,Mhz), comandado por Válter Cális, por volta de 11h40, quando entrei no ar ao vivo pelo telefone. Mas até às 15h, quando fechei esta postagem, não havia informação oficial.
Na foto, Jaqueline Coutinho, vice-prefeita, observa Sérgio de Oliveira assinar documento como secretário da Saúde, domingo passado, em solenidade no Teatro Municipal.