Capítulo 20 – Vereador faz de conta que nada aconteceu e toma invertida

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FogueiraPrimeiramente, foram os vereadores da Comissão Processante (leia o capítulo 16) que não tiveram a chance de sair na foto entregando a notificação que detona a contagem de 10 dias para as manifestações do prefeito a respeito da investigação.

Em seguida, foi a vez do presidente da Câmara, Rodrigo Manga, aparecer na abertura da Festa Junina de Sorocaba com o desejo de fazer discurso. Agiu como se nada tivesse acontecido no domingo, quando diante da instalação da atual crise, quando ele estimulou e se organizou com outros vereadores afim de, no princípio, afastar o prefeito e a vice dos cargos e ele, como presidente da Câmara, assumir o comando da cidade.

Manga não telefonou ao prefeito desde a instalação da crise e em entrevista ao jornalista Carlos Araújo do Cruzeiro do Sul agiu como se o fato de não ter a chance de fazer discurso na festa fosse pelo que ele fez em público, e não nos bastidores. Aliás, como se o que ele fez nos bastidores não fosse ser espalhado pelos outros vereadores.

Enfim, ao Carlos Araújo, disse o presidente da Câmara: foi retaliação do prefeito. Manga disse que seu nome constava da lista do cerimonial da Prefeitura para que falasse na abertura da festa. Ele acha que seu nome foi barrado devido “aos últimos acontecimentos” e a “essas apurações que a Câmara vai fazer”. E afirmou: “E mesmo sendo do partido do prefeito, mesmo tendo apoiado o prefeito para as eleições, em hipótese nenhuma vamos deixar de apurar qualquer irregularidade.” Esclareceu que sua posição foi pela investigação, mas “jamais” pelo afastamento do prefeito. E voltou a falar de retaliação: “Mas eu não me importo com isso, porque isso é muito pequeno perto do que a cidade precisa.” Classificou a atitude como “deselegante”. Soube que não iria falar na hora em que seria a sua vez de discursar. Segundo ele, o aviso partiu da equipe do cerimonial da Prefeitura.

Ou seja, se defendeu somente pelo que é aparente e não disse nada sobre o que está nos bastidores e, de fato, fez com que o prefeito esteja se sentindo traído.

Ainda ao jornalista Carlos Araújo, Crespo disse não saber porque o nome de Manga foi excluído da lista dos que falariam: “Eu estava tão animado com a abertura (da festa) quem nem percebi isso.” Sobre a menção a “retaliação”, Crespo falou: “Ele (Manga) tem o direito de achar, cada um de nós tem capacidade de achar.” Ele negou que tenha mandado excluir o nome de Manga.

O secretário de Comunicação e Eventos, Eloy de Oliveira, disse que a fala de Manga não estava prevista e que o cerimonial estava organizado da forma como ocorreu. No ato do tradicional acendimento da fogueira, Crespo e Manga estiveram afastados um do outro.

Presença na Ipanema

Na coluna O Deda Questão do Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz), não apenas eu, mas Kiko Pagliato enfatizou este desejo de sentar na cadeira de prefeito por vias transversas ao caminho normal. Durante a coluna, ao falar que Manga chegou a pensar em sua equipe de secretariado, a esposa de Manga se manifestou à emissora negando que isso tivesse ocorrido. Na sequência, via assessoria de imprensa da Câmara, Manga solicitou espaço para falar sobre os bastidores revelados e assim foi feito: na próxima terça-feira, às 8h, ele será o entrevistado. Na segunda, será a vez de Renato Amary.

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