Gisele Siqueira de Moraes e Fábio Alteia, respectivamente, presidente e vice da Comissão dos Direitos dos Idosos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), subseção Sorocaba, concederam entrevista na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) de hoje (22/06) e revelaram que o descaso com os idosos numa clínica na semana passada não é um caso isolado. Ao contrário, é um problema de proporções maiores do que as imaginadas. Os dados colhidos até o momento demonstram que existem 30 clínicas de idosos em Sorocaba, mas que apenas 12 delas estão regularizadas com alvarás de funcionamento com liberação da Vigilância Sanitária e Corpo de Bombeiros. Do Ministério Público e a Prefeitura de Sorocaba estão sendo cobradas providências para a situação de falta de higiene, maus tratos aos internos e medicamentos vencidos. Porém, mais que isso, a comissão está atrás dos familiares que internam os idosos, pagam em média R$ 3 mil por mês e nunca, ou muito pouco, visitam o parente internado. Ou seja, para a família um idoso é um estorvo e as clínicas são depósito para se livrar deles. Que mundo é esse onde o afeto de um filho (e os membros da OAB confirmaram que são os filhos na maioria das vezes que internam os pais nessas clínicas) termina e ele vê aqueles que lhe deram a vida como uma coisa?
A operação que tem feito diligências nas casas de repouso de Sorocaba é formada pelos membros da OAB e também por órgãos de fiscalização e defesa dos idosos, como Conselho Municipal do Idoso, Centro de Referência do Idoso, Vigilância Sanitária, Delegacia do Idoso e Corpo de Bombeiros.
O intuito do grupo, segundo Gisele e Alteia, é identificar as dificuldades para que os direitos dos idosos sejam cumpridos e em que pontos a OAB pode ajudá-los. A operação deve focar o trabalho, no primeiro momento, no funcionamento das clínicas.