O combinado foi cumprido exatamente como eu adiantei com exclusividade pela coluna O Deda Questão, no Flash News da Rádio Ipanema (FM 91,1Mhz), e neste blog: a criação de 40 cargos de assessor nível 2 (ensino médio e salário de R$ 4.8 mil) como desejava o prefeito Crespo não aconteceu e a derrota veio em emenda supressiva (eu dizia que não sabia quem seria o autor) de autoria do novato vereador Renan Santos (PC do B). Ao final, o prefeito foi derrotado por 14 a 6.
Na prática, foi 14 a 5, afinal Fernando Dini (PMDB), Irineu Toledo (PRB), Luis Santos (Pros), Pastor Apolo (PSB), Rodrigo Manga (DEM) são aliados do prefeito. Fernanda Garcia (PSOL), que foi o sexto voto, tem sua decisão plenamente justificada uma vez que é adversária de Crespo e votou contrária a todo o projeto. Caso diferente da maioria da Câmara que votou a favor do projeto, menos os artigos que criavam os 40 cargos. Ou seja, trechos do projeto original, que preveem a criação de novos cargos de chefes de seção e divisão e de assistente de secretaria e expediente, totalizando 16 vagas, foram aprovados. Estes cargos, porém, são destinados exclusivamente aos servidores de carreira da administração e nomeados pelo prefeito.
Assistência protesta
A votação do projeto foi acompanhada por um grupo de populares, muitos ligados a partidos c omo é o caso do Forum Popular da Saúde formado por membros do PSOL. Da galeria do Legislativo eles se manifestaram contrários ao texto portando cartazes, cabides com fotos do prefeito Crespo e narizes de palhaço. Ficou evidente, como eu também havia adiantado, que a crise das vagas em creche em período integral pesou na decisão dos vereadores que, no geral, estão ao lado do prefeito.
Nem tudo o que ouço, provo
Afirmei que o prefeito Crespo entendeu a nova derrota que sofreu na Câmara, para a criação de cargos, como um divisor de água e que inaugura uma nova fase de relação com os vereadores onde deixará de ser bonzinho. É o tipo de coisa que ouço de fontes, assim como ouvi que uma emenda supressiva impediria a criação dos 40 cargos. Mas até que de fato aconteça, obviamente, não tenho como provar. No máximo posso dizer que alguém com poder pensou isso. Ee foi o que fiz e agora, quando aconteceu, dizer, aconteceu o que alguém com poder pensava. Portanto, o mesmo raciocínio vale para a nova relação com a Câmara. Só quando o prefeito fizer algo que não seja bonzinho é que será possível me manifestar. Até agora não há nada que indique qualquer retaliação, ou algo parecido, por parte do prefeito. Se houver, estarei aqui para dizer, afinal o prefeito estará cometendo crime. Até mesmo se ele assumir que é verdade o que eu ouvi nos bastidores será suficiente para que eu aponte o dedo. Mas isso não aconteceu. Inclusive, aconteceu o contrário, pois ao vivo o secretário de Relações Institucionais, Anselmo Neto, disse que não existe nada disso e o prefeito não interferiu e nem vai interferir na vida do legislativo.