Corregedoria confirma tortura em macacos no Zoológico de Sorocaba, reveladas no Jornal Ipanema

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No dia 19 de fevereiro passado, primeiramente na coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91.1Mhz) e na sequência aqui neste blog, revelei à sociedade sorocabana que o ambientalista Gabriel Bitencourt havia recebido a denúncia de tortura contra macacos que vivem em ilha no Zoológico de Sorocaba.

Ele levou o caso à Prefeitura e na manhã de hoje (21/05) a Corregedoria Geral do Município entregou o relatório final de sua apuração à Comissão de Meio Ambiente da Câmara onde constatou o fato denunciado, ou seja, os macacos sofriam “caldos” para pegar medo da água e viverem confinados na ilha onde vivem.

No dia 12 de março passado, o promotor de justiça Jorge Marum, do Ministério Público de Sorocaba, que atua na área ambiental, abriu o procedimento preparatório para investigar essa denúncia contra os macacos. Ele deve receber o relatório da Corregedoria para dar novos subsídios à sua investigação e, espera, pelo relatório dos vereadores.

Presidida pelo vereador João Donizeti Silvestre, a comissão da Câmarea irá analisar o relatório da Corregedoria e pretende discuti-lo, posteriormente, em audiência pública com a participação das entidades defensoras dos direitos dos animais.

O condicionamento de macacos por meio da prática de submergi-los na água, apelidada de ‘caldo de macaco’, e a aplicação de medicamento vencido foram as duas denúncias de maus-tratos de animais no Zoológico Quinzinho de Barros confirmadas e que constam no relatório final da Corregedoria entregue à apuração dos vereadores. O encontro teve a presença do presidente da Comissão, também da vereadora Iara Bernardi e do corregedor Carlos Alberto de Lima Rocco Júnior, que esteve acompanhado de José Roberto Florio.

A denúncia de alimentação estragada, segundo a Corregedoria, não se constatou. Porém, quanto ao fornecimento de presas vivas para a alimentação de outros bichos foi constatada pela Corregedoria que informou que “alguns animais dependem de presas vivas e rejeitam presas abatidas, sendo essa uma prática validada tecnicamente”.

A partir do trabalho da Corregedoria será aberto processo administrativo para apurar os casos, que envolvem um biólogo, no caso dos macacos, e um veterinário, no caso dos medicamentos vencidos. A Corregedoria Geral irá encaminhar o relatório para os respectivos conselhos profissionais de Biologia e Veterinária, entre outras instituições.

“Vamos analisar o relatório e, posteriormente, iremos convocar as entidades ligadas à defesa dos direitos dos animais, juntamente com o secretário do Meio Ambiente e o corregedor-geral, para que sejam feitos todos os questionamentos sobre o relatório que se fizerem necessários”, afirma João Donizeti.

Quanto às denúncias, o parlamentar afirma que é preciso ter muito cuidado para não se cometer injustiça contra os servidores, uma vez que, no caso de medicamento vencido, por exemplo, ministrá-lo pode ter sido uma tentativa de salvar o animal, na falta de medicamento dentro do prazo de validade. “Mas já está claro que é preciso melhorar as condições do Zoológico, comprando medicamentos, por exemplo”. Juntamente com a vereadora Iara Bernardi, o vereador defendeu que é preciso também “discutir o Zoológico conceitualmente, filosoficamente, em face dos direitos dos animais, que precisam ser resguardados”.

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