Filipe G. Martins (“sorocabannon”, uma referência ao fato de Filipe ser declaradamente entusiasta de Steve Bannon, ex-estrategista do presidente americano Donald Trump, ou seja, os admiradores de Filipe lhe deram como apelido o neologismo Sorocabannon que é a junção de Sorocaba – sua cidade natal – com Bannon) voltou a ser notícia nacional e desta vez por um controverso comportamento seu no Senado federal.
Assessor especial para assuntos internacionais do Governo Bolsonaro, Filipe fez um gesto considerado supremacista conhecido como White Power (Poder Branco) e foi denunciado por usuários das redes sociais que viam a sessão do senado ao vivo.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede), no momento seguinte ao gesto, se exaltou com o gesto e solicitou atuação da Polícia Legislativa: “Eu não sei qual o sentido do gesto do senhor Filipe, era bom que ele explicasse, mas isso é inaceitável, em uma sessão do Senado Federal, durante a fala do presidente do Senado, um senhor está procedendo de gestos obscenos, está ironizando o pronunciamento do presidente da nossa Casa. Não, isso é inaceitável e intolerável”.
O que ele diz
Sorocabannon usou o Twitter, para justificar as imagens em tom ácido: “Mentes doentias enxergaram um gesto autoritário numa imagem que me mostra ajeitando a lapela do meu terno” (foto à esquerda).
Em outro post, ele divulgou fotos do ex-presidente Lula e do youtuber Felipe Neto fazendo gestos que na visão dele seriam semelhantes aos seus: “A oposição ao governo atingiu um estado de decadência tão profundo que tenta tumultuar até em cima de assessor ajeitando o próprio terno. São os mesmos que vêm gesto nazista em oração, que forjam suásticas e que chamam de anti-semita o governo mais pró-Israel da história”.
O que é WP
O White Power ou Poder Branco é formado por três dedos esticados formando um W, enquanto o indicador colado no polegar forma o círculo do P (foto à direita).
Conhecido como uma “verdadeira expressão de supremacia branca” nos Estados Unidos, de acordo com a Liga Antidifamação, que cuida de crimes de ódio no país, o gesto é considerado desrespeitoso e racista.
Por que ele fez?
Sorocabannon pode ter tido um impulso infantil, de desafiar o inimigo, provocá-lo afim de demonstrar poder, enfim, seu gesto pode ter sido apenas criancice.
Pensei também que ele tivesse sido um idiota, simplesmente, de achar que ninguém, de seus adversários, iria entender seu gesto que era para ser identificado apenas pelos amigos.
E um amigo me sugeriu que possa ser estratégia dele, discípulo de Olavo de Carvalho, o astrólogo de Virgínia, que ensina a tirar o foco do problema (no caso a incapacidade de lidar com a pandemia e vacinação) criando uma cortina de fumaça.
Qualquer uma delas, eu entendo, seria melhor do que dizer que estava ajeitando a lapela do seu terno. Nem o mais delicado dos delicados usa dois dedos, deixando os três outros levantados, para arrumar o que quer que seja.