O governo federal anunciou recentemente um pacote de 57 projetos a serem incluídos no Programa de Parceria de Investimentos (PPI) para privatização ou concessão à iniciativa privada. Dentre os referidos projetos, estão incluídos linhas de transmissão, terminais portuários, rodovias, áreas de exploração de petróleo, ativos da Eletrobrás e aeroportos, em particular o de Congonhas, na região central da capital paulista.
Recentemente, também, o governo paulista anunciou que há intenção de fazer privatizações, não foi tão específico como o governo federal em apontar o que pretente transferir à iniciativa privada, e isso deixou no ar, em especial em bastidores, que os aeroportos paulistas, sob responsabilidade do Daesp, entrariam nessa lista.
Foi o que bastou para que os rumores de que o Aeroporto de Sorocaba seria privatizado crescesse a tal ponto de despertar o interesse das pessoas ligadas ao setor.
Como em política aquela máxima que diz onde há fumaça, tem fogo quase sempre é verdadeira, o deputado federal Vitor Lippi resolveu se antecipar e tirar a limpo o que existe de verdade a respeito da privatização do Aeroporto de Sorocaba.
Deputado sai em defesa do aeroporto
O deputado, que participou da coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) na manhã de hoje, adiantou que conversou com o Chefe da Casa Civil do governo paulista, Samuel Moreira, e já agendou uma conversa com o governador Geraldo Alckmin para tratar do assunto.
“Primeiramente é importante frisar que o nosso aeroporto não é deficitário e ao longo de sua história se transformou num aeroporto estratégico para toda a região, sendo um importante pólo de manutenção de aeronaves do Brasil e América Latina, sendo destaque no cenário internacional, sediando 52 empresas especializadas, onde reúne investimentos de R$ 3 bilhões apenas em valores nos hangares, ou seja, não se justifica que venha a ser privatizado. Mas tem mais: o Aeroporto de Sorocaba como pólo de manutenção de aeronaves se tornou alvo de um projeto integrado com nossas universidades e se for levado para a privatização essa ação estratégica seria descartada. Não sou contra a privatização de outros aeroportos, ou daquilo que é deficitário para o Estado, mas esse não é o caso do Aeroporto de Sorocaba e quero falar isso diretamente ao governador Alckmin e saber diretamente dele o que há de verdade sobre a possibilidade de nosso aeroporto ser enviado à privatização. Colocarei o governador à par do contexto estratégico do nosso aeroporto e serei um defensor de que ele não seja oferecido à iniciativa privada”.
Dados do Aeroporto de Sorocaba
Números do Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo) demonstram o que o deputado federal Vitor Lippi defende: De janeiro a agosto do ano passado, foram 34.323 embarques e desembarques, enquanto que no mesmo período deste ano foram registrados 36.083 passageiros (número acumulado). Quando se refere a pousos e decolagens, os números demonstram 36.709 nos primeiros oito meses de 2016 e 38.059 no mesmo período de 2017.
Ou seja, de 2016 para 2017, foi registrado aumento no número de operações nos primeiros oito meses deste ano, em relação ao mesmo período de 2016. Os embarques e desembarques cresceram 5,12%, enquanto os pousos e decolagens subiram 3,67%.
O que faz do Aeroporto de Sorocaba o maior pólo aeronáutico de manutenção da América Latina é o fato de estarem instaladas nele oficinas de grandes fabricantes mundiais de jatos de médio porte do mundo, como Embraer, Bombardie, Pratt Whitney e Gulfstream.
O Daesp atesta que o aeroporto sorocabano possui a maior frota de aeronaves baseadas do Estado de São Paulo (380 no total), o maior número de hangares construídos (48) e é o maior polo de manutenção do Estado, com 18 oficinas de manutenção mecânica e eletroeletrônica.