O veterinário Lázaro Ronaldo Ribeiro Puglia, conhecido por Roni, durante 25 anos foi diretor do Zoológico Municipal Quinzinho de Barros de Sorocaba. Ele foi entrevistado por mim nessa semana na coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) e no portal Ipanema (https://www.youtube.com/watch?v=WC-S63e066Q) e defendeu o modelo de zoológico que ele ajudou a moldar. Coube a Roni juntar a pessoas que pensam como ele para combater um outro grupo que se organiza na sociedade que entende que esse modelo está ultrapassado.
O cerne da questão é: 1) os bichos enjaulados são tratados como objeto e merecem respeito; 2) o custo do zoológico, que é estimado em R$ 6 milhões por ano, tira dinheiro de setores mais importantes da prefeitura, como saúde e educação.
Tecnicamente há argumento para os dois lados, ou seja, os favoráveis e os contrários ao modelo atual.
O nó denunciado por Roni é o fato de desde dezembro de 2016, portanto há 13 meses, a prefeitura não estar cobrando o ingresso de quem visita a unidade, cerca de 600 mil por ano, ou seja, ao longo dos últimos meses a prefeitura abriu mão de uma receita mínima de R$ 3 milhões uma vez que o ingresso custa R$ 5.
Ao vivo o vereador Hudson Pessini, líder da bancada do PMDB na Câmara Municipal, classificou de incompetência a gestão da prefeitura neste tema.
O que aconteceu
A situação é a seguinte: no final do ano passado, havia interesse da administração Pannunzio em contratar uma empresa para fazer a cobrança. Mas aí o Cotim (Comitê criado por Pannunzio para conter gastos) impediu e sugeriu que fossem usadas as catracas da Urbes, dos terminais de ônibus, para esse fim. O tempo passou e a administração Crespo não recebeu o sinal verde da empresa que atendia a Urbes para usar as catracas. Então o processo emperrou. Aí o secretário de Meio Ambiente tentou contratar uma empresa, mas, quando o processo estava caminhando, parou porque houve a cassação do prefeito Crespo. Agora ele será retomado.
Até dezembro de 2016, a Atlantis Serviços de Portaria e Limpeza, prestava serviços para a Prefeitura de Sorocaba na bilheteria do zoo, mas segundo a administração do parque, o contrato foi rompido porque a empresa não estava cumprindo com suas obrigações. Na época o município havia informado, por meio de nota, que rompeu o contrato com a Atlantis por conta do descumprimento de uma cláusula referente aos valores arrecadados com a bilheteria do parque, que deveriam ser repassados aos cofres públicos. Já a empresa alegou que a Prefeitura rescindiu o contrato porque estava com dificuldades para pagar os repasses mensais.
Custo do zoológico
Mensalmente, para manter o zoo em funcionamento, são necessários, em média, R$ 525 mil. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente, Parques e Jardins, desse total, cerca de R$ 400 mil são gastos com a alimentação dos animais, limpeza, manutenção, medicamentos, laboratórios clínico e anatomopatológico, água, energia, manutenção da frota e combustível. Já a folha de pagamento dos funcionários do parque demanda R$ 125 mil.