Equivocadamente, cartazes estão propondo o voto nulo

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Me surpreendi com um cartaz (que está na foto desta postagem) pregado num poste da rua Barão de Piratininga no cruzamento com a avenida Whashington Luiz no acesso a unidade do Sesc de Sorocaba. Nele, a figura de um rato vestido de terno e os dizeres: “Os patifes querem seu voto: #vote nulo”.

Esse é apenas mais um sintoma da desesperança do eleitor e mostra oque todos, de algum modo, já sabem: a população está desencantada e rejeita a classe política.

Mas, qual a solução?

Um fato, ao ser dada essa resposta, precisa ser levado em conta: Não existe democracia sem política e não existe regime de convivência em sociedade melhor do que a democracia.

Posto isso, pregar o voto nulo é de um equívoco sem fim, pois não votar, votar nulo ou votar em branco significa dar a quem for às urnas o direito de escolher quem vai estar no comando.

Por fim, vale lembrar outro equívoco: É mentirosa a afirmação de que se a maioria dos eleitores votar nulo, a eleição é cancelada e um novo pleito deve ser convocado. Mesmo que a maioria vote nulo, a eleição não é cancelada porque, ao calcular o resultado, a Justiça Eleitoral considera apenas os votos válidos, ou seja, os votos nominais e os votos de legenda. Os votos nulos – assim como os votos brancos e as abstenções – não são considerados votos válidos e, portanto, são simplesmente descartados.

Não tenho os números da eleição de 2016 para a Prefeitura de Sorocaba, mas vale o que aconteceu na cidade de São Paulo quando o total de votos nulos e brancos e abstenções chegou a 3.096.304, superando os 3.085.187 votos recebidos pelo candidato João Doria (PSDB), eleito no primeiro turno.

Domingo passado, no 2º turno da eleição suplementar para governador do estado de Tocantins, quase 52% dos eleitores votaram branco, nulo ou não foram às urnas, deixando assim a quem foi o direito de escolher quem ganhou.

O combate ao desencanto com os políticos deve ser combatido no voto, fazendo a escolha de quem propõe ser diferente dos que há anos fazem a mesma coisa. É difícil, uma vez que os mesmos têm inúmeras vantagens sobre quem deseja mudar. Talvez, então, ao invés de cartazes propondo o # Não Vote quem sabe um #Reforma Política via Assembleia Constituinte?

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