Carlos Gabas, ministro da Previdência Social do Brasil, entre março de 2010 e janeiro de 2011 e entre janeiro e outubro de 2015, portanto nos governo de Lula e depois de Dilma, funcionário público concursado há 32 anos, foi o entrevistado de hoje na coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91.1Mhz). Ele esteve na cidade para fazer palestra sobre a Reforma da Previdência aos alunos do cursinho e Ensino Médio do Colégio Ser.
Defensor de ajustes na Previdência (não a reforma proposta pelo governo Temer), ele explica que é preciso ampliar a fonte arrecadadora da Previdência para além da folha de pagamentos do assalariado avançando sobre o lucro das empresas que trocaram mão de obra humana por máquinas (os bancos são os principais no Brasil). Gabas com seu didatismo acabou recebendo muito mais elogios do que críticas dos ouvintes.
Em resumo, o que Gabas defendeu pode-se resumir ao tipo de visão de mundo que se deseja para Brasil. Na dele, que é militante do PT e tem uma tradição de atuação nos movimentos de esquerda da Igreja Católica, deve ser preservada a estrutura do modelo que existe há quase um século no Brasil, foi reorganizado na Constituição de 1988, onde se busca a proteção social do trabalhador e pensionista baseada na solidariedade do pacto de gerações, ou seja, quem se aposenta tem seu dinheiro garantido por quem entra no mercado de trabalho. Esse modelo prevalece na maioria dos países, quase toda a Europa e América Latina, e tem como alternativa o modelo do presidente Temer, que busca esvaziar esse modelo reforçando a Previdência Privada onde a responsabilidade pelo que vai receber é individual.
Tema das próximas eleições (em que pese o tema Segurança seja o mais estimulado pelas mídias e a economia faça parte da tradição brasileira), a Reforma da Previdência deveria ser uma dos fatores de escolha do eleitor na hora de anunciar seu voto.
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