Os desembargadores do Tribunal de Justiça, em decisão unânime, negaram o pedido do governador Alckmin para invadir as 106 escolas estaduais ocupadas (sendo que 7 são apenas em Sorocaba) e retirarem de lá os estudantes. A medida significa que a justiça reconhece a resistência de pais, alunos e professores em relação à reorganização escolar.
Dentro das escolas há duas semanas, os estudantes que estão na faixa etária entre 13 e 15 anos estão organizados em roda de conversa, jogos, atividades culturais (como a da foto com José Bocca) e fazendo a sua própria comida. A vizinhança das escolas ocupadas leva pipoca e doces. Integrantes de sindicatos e políticos levaram colchonetes, lanches, gelo e refrigerante.
Uma mãe me informa que o mais interessante da ocupação é que ela está sendo suprapartidária. “A moçada, provavelmente, será usada, mas acho pontual perceber que os estudantes sorocabanos não acatam simplesmente uma decisão, sem explicações que o convençam serem positivas”, me afirmou ela.
Essa mãe está preocupada com a invasão da polícia para a retirada dos alunos: “Acredito que nesta segunda a coisa pega, afinal o Saresp (prova de avaliação dos alunos) deve ser na terça, e aí acho usarão força para retirada dos alunos”. Mas a decisão do TJ, negando o pedido do governador, amenizou este medo.
Essa mãe me diz que “é um insulto à nossa inteligência, a reorganização não é um fato isolado. Anúncio do secretário afirma que os professores efetivos poderão ficar adidos, categoria O. Desempregados, professores categoria F ganharão um salário mínimo.”
Confira a lista de escolas ocupadas em Sorocaba:
E.E. Beatriz Del Cistia
E.E. Hélio del Cistia
E.E. Antônio Vieira Campos
E.E. Mário Guilherme
E.E. Lauro Sanches
E.E. Humberto de Campos
- E. Jorge Madureira