Menina é achada abraçada numa árvore na manhã de Natal no Jardim Eldorado em Sorocaba

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Crianca

A polícia tem um compromisso urgente com a sociedade brasileira –, mas com a sorocabana em particular, afinal foi aqui que o caso aconteceu no emblemático Dia de Natal –, que é o de explicar como uma mãe de 24 anos aparece morta, boiando na represa de Itupararanga e sua filha de apenas 2 anos é encontrada sozinha no Jardim  Eldorado. A distância entre o bairro e a represa é superior a 10 quilômetros. Entre o momento em que a criança foi encontrada, por volta das 11h da manhã, e o corpo da mãe foi encontrado boiando, se passam mais de 5 horas. Há um namorado (um “tio” como disse a criança) da jovem mãe morta nessa história, que dirigia um carro. A monstruosidade envolve o caso, ao menos é o que se supõe a quem lê o que se sabe até o momento, sem a investigação profissional da polícia. Quem sabe seja apenas uma tragédia recheada de acasos…

Pouco importa o que aconteceu para essa menina, a não ser a realidade de ter perdido a mãe.

É uma relação de perda do vínculo da mãe, de um instante para o outro.

É um susto evidente, diante do relato do pedreiro que encontrou a menina, ao ver as circunstâncias em que ela foi encontrada: abraçada numa árvore.

A árvore, símbolo de tanta coisa, mas sem dúvida da solidez que os alicerces de suas raízes lhe dão. A menina, que apenas falava “mamãe” e “vovô” quando foi encontrada, instintivamente (apenas uma suposição minha, nunca saberemos de fato o motivo) encontrou na árvore a segurança daquele instante.

Mas e agora, sem a mãe que morreu no Dia de Natal, quem será a árvore dessa criança?

Os laços familiares são extremamente importantes para o desenvolvimento de um indivíduo, mais ainda serão nessas circunstâncias.

Que a família tenha condições de ser a árvore que deu suporte para essa menina de 2 anos em seu abandono inicial e consiga fazer com que ela incorpore a sensação de pertencimento, tão necessária para quem cresce.

Os exemplos são fundamentais para que um indivíduo aprenda a se relacionar com os outros criando laços afetivos, motores e sensoriais que a levem a desenvolver a capacidade de convívio e confiança.

Sem os pais, que a família consiga ser a árvore, aquela que amparou a menina de 2 anos de idade sabe se lá por quanto tempo desde que deixada lá enquanto a mãe morria (ou era assassinada). Rogo que autoridades no tema se interessem e amparem os avós na apresentação do mundo a essa menina em tudo o que envolve a percepção do bom, do ruim; do certo e do errado; da simpatia, empatia, apatia.

A influência do pai e da mãe na formação da persona que estará incorporada no futuro adulto é consenso hoje em dia, entre autoridades no tema, como determinante para o bem estar de qualquer criança.

Assim, o rompimento desse vínculo pode ser (tomara que não seja para essa menina) danoso para qualquer criança. E a menina abraçada na árvore na manhã de Natal no Jardim Eldorado em Sorocaba ganhou do Papai Noel esse rompimento com a trágica morte da sua mãe encontrada boiando na represa apenas com suas roupas íntimas. Portanto, os avós, que me parece é quem terão a árdua tarefa de cuidar dessa menina, não podem ser abandonados. A sociedade deve oferecer aos dois algum tipo de amparo e conhecimento para quem enfrentem o luto da perda da filha e da formação que terão de oferecer à neta.

O abandono é um fato para essa menina abraçada na árvore na manhã de Natal no Jardim Eldorado em Sorocaba.

Ela foi deixada absolutamente desamparada afetivamente. E que o amor e atenção dos seus avós sejam suficientes para que ela criança viva saudáveis relacionamentos e esteja longe das dores da depressão, baixa autoestima, ansiedade e transtornos de ordem psíquica ou moral que um rompimento provoca.

A menina abraçada na árvore na manhã de Natal no Jardim Eldorado em Sorocaba foi encontrada em situação de vulnerabilidade. É fato. Mas com a atenção que a sociedade pode dar aos seus avós, eles podem fazer com que ela tenha um futuro pleno e saudável. É isso que rogo!

Rogo que o local onde essa menina foi encontrada não seja apenas um lugar qualquer, mas a coincidência de um futuro a ela. O futuro como o da lenda do Eldorado ou “El dorado”, em espanhol, uma antiga lenda indígena da época da colonização da América e atraiu muitos aventureiros europeus. O termo Eldorado significa El (O) Dorado (Ouro) em espanhol; segundo a lenda, tamanha era a riqueza da localidade que o imperador tinha o hábito de se espojar no ouro em pó, para ficar com a pele dourada. Um lugar de abundância. No caso do mito, abundância de ouro, no caso da menina que essa abundância seja de amor para viver uma vida emocional e afetivamente saudável, pois assim ela poderá conquistar o ouro que desejar.

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