Morre um grande homem que também era um homem grande

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A morte precoce sempre me choca e isso aconteceu comigo na tarde da última quarta-feira quando recebi a ligação de um amigo me contando que o Achilles havia morrido (leia postagem, anterior).

Pois não é que novamente fui surpreendido na noite de quinta-feira quando, após um tempo com o whattsapp fechado voltei a acessar e lá vi que Marco Antônio de Campos havia morrido. Confesso, que de imediato, não sabia de quem se tratava, mas quando vi a foto foi como um soco no estômago.

O Campos.

Assim, sem nome e sem batente eu o conheci 25 anos atrás. Era apenas um jovem repórter que começava a circular pelos corredores do Palácio dos Tropeiros e ele sempre estava a postos, na saída do elevador do 6º andar, onde fica a sala do prefeito.

A primeira impressão sempre foi a do homem grande. Brincava com Campos sobre sua altura. Para mim pareciam 2,5 metros de altura e 3 de largura. Um gigante que se impunha pelo olhar e pelo sorriso. Como não usava farda, demorei para saber que ele pertencia a Guarda Municipal.

Rapidamente percebi que aquele homem grande era na verdade um grande homem.

Diferentemente do que ocorre na matemática, na língua portuguesa a ordem dos fatores altera o produto. Ouse já, o adjetivo, que tem a função de qualificar, fica depois do substantivo que ele modifica.

Mas com Campos quem não sabe essa regra da nossa gramática não corria o risco de errar, pois se a ordem for alterada – de Homem Grande (= de estatura alta) para Grande Homem (= importante) – não iria errar, afinal ele era os dois.

Nos eventos públicos, Campos sempre esteve ao lado de Renato Amary nos 8 anoss em que ele foi prefeito. Campos só foi ter sossego quando Lippi foi eleito e mandou-o de volta à Guarda.

Sua generosidade e amizade pegou os colegas de surpresa e levou o secretário de Segurança, e comandante da Guarda Civil Municipal, Fernando Dini, a externar votos de pêsames e de conforto ao coração de seus familiares.

Tinha a rara vocação de sempre tratar a todos com simpatia e quando se pronunciava era para dizer palavras sábias, ou seja, apropriadas ao contexto de sua manifestação.

Campos era grande na altura e principalmente moralmente. Um dos melhores homens públicos que conheci na Prefeitura de Sorocaba. Ele nunca esteve interessado em créditos ou honrarias, mas não abria mão de ser justo e exigir justiça.

Kátia, sua filha, que presidiu o Conselho Municipal do Negro, e sua esposa Maria Inês, seguirão seu caminho com a tristeza que essa falta vai fazer, mas também com o orgulho de Marco Antônio de Campos. Um exemplo de grande homem.

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