Motoristas decidem em assembléia que vão fazer greve se não tiverem solicitações atendidas pelas empresas
Os trabalhadores em transportes urbano, rodoviário e de fretamento, nos municípios de Sorocaba e de Votorantim, reunidos em assembleias nesta terça-feira (30), às 10h e às 18h, ao tomarem conhecimento da contraproposta patronal de apenas 2,5% de reajuste salarial, se recusaram a votar a contraproposta e aprovaram, por unanimidade, o estado de greve. Além da reposição da inflação, os motoristas querem aumento real de 6% e outros benefícios.
Para cumprir a lei, o Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região protocolou notificação de greve nas empresas desses setores na quarta-feira (31/05) e a paralisação poderá ter início após 72 horas do protocolo de greve, conforme determina a legislação vigente, ou seja, a partir deste sábado (03/06). Mas o sindicato deverá esperar até a semana que vem, a partir do dia 5 de junho, para uma nova rodada de conversa com os donos das empresas antes de anunciar qualquer paralisação.
Prefeito muda de postura
Vale lembrar que ônibus é um serviço público (portanto de responsabilidade da Prefeitura) que no caso sorocabano está concedido (por contrato) às empresas que venceram a licitação para operar o sistema de transporte coletivo de ônibus. Ou seja, a relação salarial é entre os motoristas e as empresas, portanto, não entre os motoristas e a prefeitura. Mas, por ser concessão e por gerenciar o caixa (ou seja o dinheiro) das passagens, a prefeitura (via a Urbes) é quem repassa o dinheiro para a operação do sistema.
Nos últimos 12 anos (seguramente nos 8 anos do governo Vitor Lippi e 4 anos de Pannunzio) a prefeitura sempre teve um papel de retaguarda e de conciliação entre motoristas e empresas.
Mas, neste ano, o prefeito Crespo tirou a prefeitura da retaguarda ao dizer que não irá repassar às empresas o dinheiro dos salários dos motoristas que fizerem greve. E que se as empresas quiserem pagar dias que por ventura não venham a ser trabalho pelos motoristas que tirem do seu lucro este dinheiro.
O prefeito já agiu assim na greve do dia 28 de abril e cortou o ponto dos servidores públicos que não compareceram ao trabalho naquele dia.