O exemplo educa

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Votar, escolher quem representará o cidadão nas instâncias dos poderes legislativo e executivo, sempre é importante. Mas a eleição de outubro do ano que vem, que vai ocorrer daqui 455 dias, é seguramente a mais importante do brasileiro desde a reabertura política que começou em 1979 e foi concluída em 1985. E é a mais importante porque em jogo não estará apenas a escolha dos governantes e legisladores, mas porque será decidido se o brasileiro concorda com a democracia (como a estamos construindo desde 1985) ou prefere um regime autoritário.

O único que representa risco para a democracia é o atual presidente. Nesta segunda-feira, em Guaratinguetá, no Vale do Paraíba, quando agrediu a jornalista Laurene Santos, ele deixou cair sua máscara (não a que combate a Covid). Ele é incapacitado para o cargo. Até o ano passado, eu achava possível que ele fosse reeleito. Até este episódio, tinha certeza de que ele estaria no 2º turno das eleições de 2022. Hoje já vejo como possível que ele desabe pelo caminho. Ele, sem sua máscara de presidente, constrangeu até seus apoiadores. Um segurança virando o rosto para a desprezível cena é mais do que um indicativo da aversão que o cidadão está pegando do presidente.

Para chegarem ao 2º turno do ano que vem, a narrativa política está tomada pela polarização. De um lado Lula, o candidato dos sonhos de Bolsonaro; do outro, Bolsonaro, o candidato dos sonhos de Lula. O que se vê, por parte dos seguidores de Lula ou dos súditos de Bolsonaro, é que essa problemática está definida. Mas, estou seguro, não está. Ciro Gomes, Dória, alguém do Novo estão no páreo. Eles só não decolam se o cidadão embarcar neste discurso lulista/bolsonarista de que será um ou outro. Não caia nessa. Se você não gosta de Lula, não significa que deva votar em quem é contra a democracia, se mostrou inapto ao cargo e conduziu o país às mais de 500 mil mortes pelo Covid.

Se você ainda acha que ele não é culpado, lembre-se do que aconteceu com as ações da Coca-Cola, que despencaram na semana passada, quando o ídolo do futebol mundial, Cristiano Ronaldo, afastou uma garrafa do refrigerante da sua frente e enalteceu que a água é muito melhor do que a Coca. O exemplo educa. Portanto, não é coincidência o número exorbitante de mortos diante dos exemplos do presidente.

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