A primeira impressão, ao menos a quem não está diretamente ligado aos bastidores da política, a falta de secretários titulares em três secretarias (Comunicação, Cultura e agora Saúde) pode significar que o governo está se desmanchando.
Mas, quem se dá ao trabalho de olhar um pouco mais a fundo começa a perceber que não é bem assim. A titularidade destas três pastas – e arrisco a dizer de outras que poderão ficar vagas em breve, pelo que tenho percebido – virou objeto de desejo de pessoas que querem indicar aliados políticos para ocupá-la (apenas de salário, nominalmente, um secretário ganha R$ 18 mil, e isso não é pouco).
O prefeito Crespo sabe do interesse de políticos nessas vagas, assim como sabe (palavras que ouvi de uma pessoa próxima a ele) que fez besteira ao insistir em ter a ex-assessora Tatiane Polis perto dele como voluntária da forma que fez, e, por fim, sabe que tem, ainda, uma chance apenas de se manter no cargo, se livrando da cassação na Comissão Processante. E essa chance passa pelo diálogo com os vereadores.
Portanto, a nomeação dos secretários de Comunicação, Cultura e principalmente Saúde que vierem a ser escolhidos indicará qual o caminho do prefeito em seu futuro: fica ou sai. Repito, como disse em postagem anterior, hoje não é possível saber o que vai dar.
Lembrando que Marina Elaine Pereira deixou a pasta de Saúde por vontade própria (leia postagem anterior). Eloy de Oliveira e Werinton Kermes deixaram, respectivamente, a Comunicação e a Cultura por serem alvo de investigação da Operação Casa de Papel. O secretário de Licitações, Hudson Zuliani, também alvo da operação conjunta do Gaeco e Polícia Civil, está afastado do cargo (embora esteja recebendo seu salário).