Para a Urbes, que gerencia e administra o trânsito e transporte em Sorocaba, a decisão dos motoristas de ônibus de manter a greve em Sorocaba a partir desta quinta-feira (06/07) é um claro descumprimento à decisão da Justiça do Trabalho que suspendeu a greve até o dia 9 de agosto, quando ela será julgada. Para o sindicato que representa os motoristas essa é apenas uma interpretação da Urbes, a que lhe convém, da decisão da justiça. Para os representantes do sindicato, o TRT não determinou a suspensão da greve, mas apenas concedeu à categoria que aceitasse os termos da tutela de urgência e como os motoristas não aceitaram, a greve segue o trâmite normal sem o recebimento de nenhum reajuste.
Juridiquês do TRT, interpretação de um lado, de outro e quem paga é o usuário. Na greve mais longa da história dos ônibus em Sorocaba, começa agora a batalha ideológica para conquistar o usuário de modo que ele identifique o culpado. A Prefeitura aponta que o motorista de Sorocaba tem o maior salário do Brasil, tem jornada de trabalho menor e que nesta situação econômica nacional repor a inflação é um grande conquista e os motoristas estão sendo intransigentes e gananciosos. Do lado do sindicato, eles querem que o usuário acredite que o culpado pela greve é o prefeito Crespo que não permite aos empresários um nível de negociação como ocorrido em outras cidades.
Até a semana passada, 9 em cada 10 ouvintes do Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) responsabilizavam os motoristas e os sindicatos pela greve e por estarem prejudicando a população.