O secretário de Educação da Prefeitura de Sorocaba, Flaviano Agostinho de Lima, começou a descascar mais um abacaxi nesta terça-feira (22/09) com o corte de custos dentro do Projeto Sabe Tudo, um dos mais importantes da área de inclusão digital e formação de jovens que foi implantado pelo ex-prefeito Vitor Lippi e pela ex-secretário de Educação Teresinha Del Cístia ainda em seu primeiro mandato na virada de 2005 para 2006. Dos 220 funcionários que atuavam nas torres do projeto, 180 foram demitidos na tarde de hoje e sobraram apenas 40 para, do jeito que der, manter em pé o projeto. Perguntei ao professor Flaviano, se os programas do Sabe Tudo acabaram? Ele me respondeu: “O contrato está sendo redimensionado com redução de equipes. Mas continuarão os atendimentos e o uso pela população. Portanto teremos algum impacto dessa readequação nos próximos dias”.
É o que dá para manter do Sabe Tudo diante do quadro financeiro. Posso resumir essa decisão assim. O secretário me informa que o custo mensal do Sabe Tudo era de R$ 633 mil e ele despenca para R$ 180 mil mensais. Ou seja, R$ 7,5 milhões anuais, o Sabe Tudo passa a custar R$ 2,1 milhões.
Pessoalmente, sinto muito por essa decisão. Em 2005, ainda como diretor de área da secretária de Educação (somente em junho daquele ano vim a ser nomeado secretário da Cultura), junto com a secretária Teresinha Del Cístia, estive em Curitiba conhecendo as Torres do Saber e de lá voltamos entusiasmados com um modelo a ser aplicado em Sorocaba. O prefeito Lippi se identificou com a idéia e hoje já são 31 torres do Sabe Tudo em Sorocaba. Minha ambição, que não se concretizou, era que no Sabe Tudo houvesse a disseminação do sabor pelo livro de papel. Compactuo com os pesquisadores de que a materialidade de um livro permite conexões cerebrais fundamentais para um ser humano mais justo, articulado e de menos preconceito. Lamento que tenha tido esse fim melancólico aquela idéia que me pareceu, verdadeiramente, com poder de ser revolucionária.