Presidente da Federação das Indústrias afirma que agora é hora de virar a página, deixar as diferenças para trás, arregaçar as mangas e, de braços dados, reconstruir o Brasil

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SkafImpeach

Quem também divulgou nota assim que foi consolidado o impeachment, foi Paulo Skaf, presidente Fiesp e do Ciesp: “É hora de, todos juntos, reconstruirmos o Brasil – O Brasil vive hoje um dia histórico. Em total respeito à Constituição e às leis, e dentro das normas do Estado Democrático de Direito, o Congresso Nacional concluiu o julgamento da presidente da República, aprovando seu afastamento definitivo e dando posse ao presidente Michel Temer.

É o fim de um longo e desgastante processo. A denúncia que originou o processo de impeachment foi apresentada ao Congresso há exatamente um ano, no dia 31 de agosto de 2015. Nesse período, o debate político se acirrou, opondo apoiadores e contrários ao impeachment. Amizades foram desfeitas. Familiares brigaram. O Brasil se dividiu.

A economia, já combalida, experimenta seus piores dias: o desemprego atinge 12 milhões de trabalhadores, e mais de 100 mil lojas e quase 10 mil fábricas foram fechadas. O recuo do PIB chega a 8%, o consumo das famílias também diminuiu 8%, e o investimento despencou 25%. O crédito está travado, a inflação chegou a 11%, e a taxa de juros, a 14,25% ao ano.

A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) não só acompanhou como apoiou o processo de impeachment na condição de representante de importantes setores da sociedade brasileira. O processo terminou. Agora é hora de virar a página, deixar as diferenças para trás, arregaçar as mangas e, de braços dados, reconstruir o Brasil.

A confiança está sendo retomada, mas é preciso mais. A reconstrução do Brasil demandará grande esforço da sociedade. O Ajuste fiscal é a mãe de todas as reformas. O governo deve controlar seus gastos, eliminar os desperdícios e combater a corrupção. O equilíbrio fiscal deve ser feito sem aumento de impostos. Os brasileiros não admitem aumento de impostos.

Por isso, não podemos esperar para aprovar a Proposta de Emenda Constitucional que institui o teto para os gastos públicos, limitando-os à inflação do ano anterior. Não há alternativa. Se tivéssemos aprovado o teto há dez anos, a dívida pública, que hoje é de quase R$ 4 trilhões, estaria em R$ 700 bilhões, ou seja, seis vezes menor. Não gastaríamos os R$ 500 bilhões de juros por ano, e a taxa de juros poderia ser igual à do resto do mundo.

Precisamos também reformar a Previdência para ter capacidade de continuar pagando nossos aposentados. Para fazer isso com justiça, é necessário definir regras de transição para garantir direitos de pessoas que estão mais próximas de se aposentar.

A taxa de juros deve cair. No início do ano, a Selic era de 14,25% ao ano, quando a inflação era de 11%. Agora a inflação está em pouco mais de 7%. Isto significa que a taxa de juros real passou de pouco mais de 3,5% para quase 7% ao ano, ou seja, quase dobrou.

O governo deve tomar medidas para aumentar a oferta de crédito, pois o crédito está travado pelo sistema bancário.

Para incentivar as exportações, que começam a se recuperar e são extremamente importantes para a retomada da economia, o Banco Central deve cuidar para que o real não se valorize demais em relação ao dólar.

Temos ainda que destravar as obras de infraestrutura no país, acelerando as concessões e Parcerias Público-Privadas. É fundamental permitir rentabilidade adequada para os projetos, adotando regras claras e estáveis. Precisamos atrair mais investidores, aumentar a concorrência de forma saudável e combater a corrupção.

Nos últimos anos, o Brasil andava como um trem descarrilhado. Chegou a hora de voltar aos trilhos da confiança, do desenvolvimento, da gestão eficiente, da boa governança, do crescimento e da geração de empregos e riquezas para o país. Os desafios são grandes, as medidas necessárias são complexas, e os resultados serão obtidos com o tempo. O novo governo chega com um voto confiança da nação. Mas deve, com a ajuda de todos, ser firme no esforço diário pela reconstrução do nosso Brasil.

Paulo Skaf, presidente da Fiesp e do Ciesp”.

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