O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apontou que o presidente da Câmara federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), era um dos líderes do esquema de corrupção que atuava em Furnas (empresa de economia mista, subsidiária da Eletrobras e vinculada ao Ministério de Minas e Energia, dedicada a geração e transmissão de energia elétrica). Mais que isso, o procurador Janot também pediu que o STF (Supremo Tribunal Federal) abra uma investigação sobre a participação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), no esquema de Furnas.
Essa questão me fez questionar o prefeito Pannunzio na coluna “O Deda Questão” de hoje (04/05) no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) a respeito da citação do seu nome naquilo que ficou conhecido como A Lista de Furnas (uma relação com o nome de 156 políticos e os respectivos valores recebidos na campanha eleitoral de 2002 do caixa 2 de empresas que prestaram serviços para a estatal). Entre esses nomes está o do atual prefeito de Sorocaba, mas que na época era o líder da bancada do PSDB na Câmara federal.
Estão lá os principais políticos da base de apoio do governo de Fernando Henrique Cardoso, como José Serra, então candidato a presidente, Geraldo Alckmin, candidato a governador de São Paulo, Aécio Neves, candidato a governador de Minas Gerais, e Sérgio Cabral, candidato a senador pelo Rio de Janeiro, além de candidatos a deputado, como, Alberto Goldman, Walter Feldman e Gilberto Kassab por São Paulo; Eduardo Paes, Francisco Dornelles e Eduardo Cunha pelo Rio de Janeiro; Dimas Fabiano, Danilo de Castro e Anderson Adauto por Minas Gerais.
O prefeito Pannunzio explicou que a lista não é verdadeira, que teve a oportunidade de interrogar durante a CPI dos Correios o autor da lista e que ele nem sabia que ele (Pannunzio) que fazia a pergunta era o mesmo que estava com o nome na lista.
O prefeito Pannunzio também relembrou a conclusão de que a chamada Lista de Furnas é falsa.
Em 2006, o relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios, deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR), afirmou em seu relatório final que dois institutos de perícia atestaram a falsidade da chamada Lista de Furnas. Ele lembrava que divulgada na Internet e por meios de comunicação em outubro de 2005, a lista apontava desvio de recursos de Furnas Centrais Elétricas que teriam beneficiado 156 parlamentares e 12 partidos políticos, configurando uma suposta prática de “caixa dois” em campanhas eleitorais.
O prefeito Pannunzio afirmou que está tranquilo e entende que qualquer novo pedido de abertura de investigação em Furnas, feito nesta semana pelo procurador-geral da República ao STF, só vai confirmar o que ele sabe, que a Lista de Furnas, onde aparece o seu nome, é falsa e mais uma das artimanhas praticadas pelo PT ao longo desses anos.