Promotor sorocabano que chamou mulher de baranga escuta a própria filha e se desculpa por publicação em que chama de vagabundo o filho assassinado pelo próprio pai após divergência ideológica. E agora se diz fã de Trump

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marumDepois de chamar mulher de baranga (relembre o caso abaixo), o promotor de Justiça e professor da Fadi (Faculdade de Direito de Sorocaba), Jorge Alberto de Oliveira Marum, voltou a causar polêmica ao chamar de vagabundo o filho de 20 anos assassinado pelo próprio pai, que se suicidou em seguida, tendo como motivação uma questão puramente ideológica. O pai era contrário a ocupação das escolas e o filho era um dos que não apenas apoiavam esse movimento, como participava dele na Universidade de Goiânia, cidade onde moravam. O detalhe é que Marum decidiu se desculpar após ouvir a filha, ou seja, ele xinga o filho de alguém e somente após a filha levar ele a se colocar no lugar do outro é que se toca do tamanho da besteira que disse e se desculpa. Quero saber quem vai alertar o promotor que, em nome do seu combate às ideologias de esquerda, hoje resolveu anunciar ao mundo que é fã de Donald Trump. Como se o problema da eleição de Trump fosse ideológico e não de negação por parte do presidente da nação mais potente do mundo (em termos econômicos e militares) do aquecimento global.

 

Pedido da filha

 

Em entrevista ao jornalista Jomar Belini, do portal G1, o promotor afirmou que apagou a postagem por achar que teria ficado “ofensivo para a família” da vítima. “Nesse caso foi impróprio, porque é um drama que escrevi sem saber as circunstâncias do caso. Foi um comentário de momento, sem reflexão, em uma página pessoal em que acabamos escrevendo por impulso. Tenho um cargo público, mas sou um cidadão como qualquer outro com liberdade de expressão e opinião”, diz.

 

Ele conta que apagou a publicação após receber uma ligação da filha, contando que estariam publicando ofensas na página do Facebook. “Fiquei o dia todo trabalhando, então eu não tinha visto [a polêmica]. Achei melhor deletar por não ter sido apropriado”, explica.

 

Marum afirmou ainda ser contrário às invasões de escolas e depredrações durante protestos. “Eu sou a favor da liberdade de expressão, que é imprecindivel na democracia, mas condeno o método que estão usando.”

A íntegra da sua mensagem é: “Amigas e amigos, embora eu seja totalmente contrário à invasão de escolas como meio de protesto, reconheço que o comentário que fiz hoje de manhã sobre a morte do jovem foi infeliz e inapropriado. Retirei o post e peço desculpas a quem ficou sinceramente ofendido. Disse isso a um jornalista sério do Estadão que me telefonou e espero que seja publicado. Obrigado pelas mensagens de solidariedade.”

 

Mulher é baranga

 

Chamar de vagabundo um jovem por ocupar escola não é a primeira polêmica nas redes sociais causada pelo promotor de Sorocaba. No ano passado, mais uma vez em nome da sua cruzada contra as ideologias de esquerda, ele comentou uma questão do Enem sobre violência contra a mulher e afirmou que “mulher nasce uma baranga francesa que não toma banho, não usa sutiã e não se depila” e que “só depois é pervertida pelo capitalismo opressor e se torna mulher”.

 

Na época, a repercussão do caso motivou até uma nota de repúdio da OAB Sorocaba e a publicação também foi apagada.

 

Go Trump

 

Na sua página do facebook, hoje, Marum decidiu novamente combater as ideologias de esquerda fazendo elogios ao presidente eleito dos Estados Unidos. Ele afirma que está “ficando cada vez mais fã desse cara. Go Trump”. Em nome da sua cruzada de combater o que ele classifica de esquerda, Marum ignora que o maior perigo da eleição de Donald Trump é o fato dele negar o aquecimento global, afirmar que isso é invenção da esquerda, e tirar o seu país do acordo sobre o clima firmado em Paris em 2015.

Vamos lá Marum, estou esperando seu pedido de desculpas assim como você fez ao chamar mulher de baranga e ocupante de escola de vagabundo.

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