PT sorocabano defende tese que o partido é vítima de complô de lideranças internacionais

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O presidente do diretório municipal do PT, Izídio de Brito, aceitou ao convite da coluna O Deda da Questão para falar da visão do partido sobre esse processo de impeachment da presidente Dilma. Ele esteve hoje (22/04) no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) acompanhado dos seus pares na Câmara Municipal, vereadores França e Carlos Leite. Ao longo das últimas semanas (incluindo o período pré julgamento do impeachment na Câmara e logo após a votação) ele foi convidado para dar a visão do PT sobre todo o processo, mas sempre havia algum problema. Quem acabou defendendo o ponto de vista do PT neste período foi a ex-deputada federal Iara Bernardi.

Na entrevista de hoje, a fala dos três reflete o pensamento nacional do PT. Ele foram taxativos em dizer que o processo de impeachment é o resultado final de um complô articulado por lideranças internacionais (com o apoio de lideranças nacionais) que defendem um modelo de gestão diferente do que a praticada pelo PT. Os três vereadores sorocabanos do PT defendem que Paulo Skaf (presidente da Fiesp – Federação da Indústrias do estado de São Paulo) é colaborador desse processo por ter interesse em acabar com o 13º salário do trabalhador, flexibilizar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) o que na prática seria acabar com o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e tornar a contratação terceirizada (sem o vínculo pela CLT entre patrão e empregado). Num outro patamar eles entendem que o PSDB (na figura do senador José Serra) quer tirar do Brasil o monopólio da extração de petróleo na faixa do pré-sal (uma das conquistas do governo de Lula e Dilma, na avaliação deles). Num aspecto, também de viés internacional, os vereadores petistas sorocabanos acreditam que interesses internacionais estão em jogo no processo do impeachment da presidente Dilma no que diz respeito à volta da política econômica neoliberal que caracterizou o período do governo Fernando Henrique Cardoso. Por fim, eles responsabilizam a Rede Globo de Televisão (e outras mídias que reproduzem a ideologia da Globo) por ser a grande catalisadora nacional da opinião pública nesse processo de demonização vivido pelo PT.

Eles não disseram, mas interpretei que os três vereadores estavam dizendo que o PT é vítima. Ao que o vereador França (que é uma das lideranças paulistas do Sindicato dos Trabalhadores em empresas de Transportes) respondeu: “Você tem alguma dúvida de que estamos sendo vítimas? Em momento algum o processo de impeachment tem qualquer discussão sobre corrupção”. Eles entendem que se o tesoureiro do PT está preso, os tesoureiros de todos os outros partidos também deveriam estar, afinal receberam da mesma fonte. Falaram que é mito a história de que o manifestante pró Dilma e PT recebam pão com mortadela e R$ 30,00, mas explicaram que os sindicatos pagam os custos de ônibus e viagens dos manifestantes porque em jogo está o interesse de preservar a CLT e a qualidade das conquistas dos trabalhadores. Ao longo de toda a entrevista enfatizaram as conquistas do brasileiro ao longo dos anos de governo do PT (como a criação de 38 milhões de emprego). Reconheceram a perda de 10 milhões de postos de trabalho, mas enfatizam o saldo positivo, valorizam o projetos de moradia e os investimentos para a criação de vagas em universidade. Quando explicava o papel ddo presidente da Câmara federal Eduardo Cunha, e do vice-presidente Michel Temer nesse processo, Izídio chegou a dizer que passou a acreditar que alguma conspiração está por trás da morte de Tancredo Neves (que morreu e deu a vaga a Sarney) e de Ulysses Guimarães (que morreu em um acidente de helicóptero e o corpo nunca foi achado).

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