As próximas eleições, em 2016, serão as primeiras em que 100% do financiamento empresarial de campanhas será feito por meio de doações ocultas – aquelas em que é impossível detectar o vínculo entre empresas financiadoras e políticos financiados. A institucionalização das doações ocultas foi apenas uma das dezenas de alterações promovidas pelo relator da reforma política na Câmara no projeto aprovado na semana anterior pelos senadores. O texto que saiu do Senado, por exemplo, nem sequer admitia a participação de empresas no financiamento de campanhas. E tudo aconteceu de maneira rápida e sem discussão, uma prática do presidente da casa, Eduardo Cunha.
Enfim, essa reforma política aprovada na Câmara dos Deputados, teve o dedo dos dois parlamentares sorocabanos: Vitor Lippi e Jefferson Campos.
Em minha opinião, essa decisão apenas deixa no ar a seriedade do processo eleitoral e livra os eleitos do constrangimento de atuar no Executivo ou Legislativo em favor de alguma empresa que tenha doado para sua campanha.
No caso da eleição municipal, o que é ainda pior é que a doação não precisa, necessariamente, vir para o diretório municipal. Ela pode ser doada ao diretório estadual e nacional. É ou não impossível de detectar o doador?