Secretário da saúde dá nota 5 para o atendimento público e diz que era 3 quando assumiu

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O secretário de saúde da Prefeitura de Sorocaba, Francisco Antônio Fernandes, foi entrevistado no Jornal da Ipanema (FM 91,1 FM) hoje (20/01) e respondeu a vários questionamentos dos jornalistas que estavam na bancada e dos ouvintes. Um dos portais, de autoria do Sérgio Boca, o Boca do Wanel, como ele mesmo se autointitula, foi de critica e desabafo. Ele classificou a saúde pública como péssima em Sorocaba. Para minha surpresa, o secretário começou sua resposta dizendo que concorda com o ouvinte. Antes que ele prosseguisse, eu o interrompi e disse: o senhor quer dizer que concorda que ele tenha a opinião dele ou concorda com a opinião dele? O secretário disse que concordava com a opinião do ouvinte e classificou como ruim o atendimento à saúde pública em que pese os esforços que estão sendo feito e a evolução que a saúde pública teve. O secretário disse que dá nota 5 para a saúde pública municipal atualmente. Questionado sobre sua afirmação de que a saúde está evoluindo, mas está só com nota 5, o secretário disse que a saúde era nota 3 quando ele assumiu. Perguntado o motivo, ele disse para perguntar para os antigos gestores.

Chicão, como é conhecido, tem sua capacidade técnica reconhecida, mas sua franqueza chega a chocar uma vez que se espera que um agente público seja no mínimo dissimulado como são os políticos em geral. Vale lembrar que o governo Pannunzio foi eleito numa campanha calcada na continuidade do governo anterior (Vitor Lippi) e o slogan de campanha era “Tamo junto”. Talvez, nem que fosse um governo de oposição e não de continuidade, houvesse tanta sinceridade como externou o atual secretário da saúde.

Uma pista para entender as notas dadas pelo secretário para a saúde de Sorocaba (3 antes e 5 atualmente) está em sua resposta a uma pergunta encaminhada pela ex-deputada federal Iara Bernardi (PT) que afirmou que a atual gestão está acabando com a Policlínica. Chicão disse que a Policlínica segue com sua vocação de especialidades, não será encerrada, mas ela não tem condições se ser o que era, ou seja, ela reunia especialistas que atendiam a uma pequena parcela da demanda e que ao contrário da saúde particular, onde um cidadão escolhe um médico e trata com ele pelo tempo que deseja, no serviço público só é possível que um especialista atenda a um doente, mas após o tratamento esse paciente necessariamente tem de voltar para o Centro de Saúde e abrir vaga no especialista para paciente com caso mais urgente. O custo de manter a Policlínica como se fosse um atendimento particular, no entender do que disse o secretário, inviabilizaria o sistema economicamente.

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