Tinha ouvido falar que o prefeito tinha apoiado a iniciativa dos vereadores de “fiscalizar” o Samu, mas ao ouvir ele incentivando essa prática de “capa e espada” percebo um sentimento de crença na justiça pelas próprias mãos. Absurdo

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CrespoCruzeiro

Fui alvo de uma saraivada de ouvintes da coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) na manhã de hoje indignados por minha postura de criticar o comportamento dos vereadores Vitão do Cachorrão (PMDB) e Fausto Perez (Podemos) de terem entrado/invadido (isso sim é secundário) no prédio do Samu (Serviço Médico de Urgência) na madrugada de terça para quarta-feira (leia postagem anterior).

Havia ouvido de assessores do prefeito Crespo de que ele gostou da iniciativa dos vereadores. Havia recriminado a invasão, pular janela, quebrar cadeado (coisas que me parecem não ocorreram), mas aprovado o ato. Fiquei incrédulo sobre isso uma vez que até se entende que o vereador faça isso (tem o benefício da aprovação popular, basta ver os ouvintes da Ipanema) embora não aprove. Mas é incompreensível que o prefeito (que tem o comando para resolver os problemas) pense da mesma forma. Ai me deram a dica de que Crespo, ao vivo, em entrevista à rádio Cruzeiro FM afirmou aos colegas Fábio Andrade e Fernando Guimarães que aprovou e, pior na minha avaliação, incentivou que os vereadores e os cidadãos façam essas incertas na saúde, educação e demais próprios públicos.

A prática da atitude “capa e espada” se tornou um sentimento, equivocado, de que se pode resolver os problemas públicos pela brutalidade da força e não pela inteligência das leis e tudo o que ela prevê. Esse sentimento de justiça pelas próprias mãos, de que o povo não aguenta mais, de que é preciso fazer alguma coisa além do que ficar sentado no ar condicionado com cafezinho (palavras ditas por Crespo na Cruzeiro FM) é absolutamente equivocado.

Não são raros os casos de servidor (especialmente os da saúde) serem alvo de algum tipo de agressão de um cidadão exaltado. Com incentivo do prefeito, de verdade, espero que não se torne habitual. Na próxima terça-feira vou novamente entrevistar Crespo e até lá espero que ele tenha pensado sobre esse seu sentimento e reveja a postura.

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