Uma de minhas missões desde que comecei a coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz), no dia 25 de janeiro de 2013, é a de explicar os bastidores das decisões políticas que afetam a vida das pessoas que moram em Sorocaba e região. Mas, também, é minha missão defender o estado democrático de direito e combater todo tipo de autoritarismo ou ameaças as liberdades individuais, coletivas e ideológicas. Me pauto por dar espaço e voz a todos que tiverem o que dizer mesmo que pessoalmente eu não concorde com a posição defendida pelo meu entrevistado. Nunca faço críticas pessoais, e quando faço me desculpo. Minha crítica, sempre, é sobre aquilo que impacto ou explode sobre o cidadão.
E dentro dessa lógica não podia me abster de falar da atitude da vereadora da Câmara Municipal de Sorocaba, Cíntia de Almeida, do PMDB, que compartilhou em rede de whattsapp um vídeo anônimo onde um tela inicial anuncia “Vontade de Todos os Brasileiros Honestos” e na sequência aparece um homem com uma metralhadora em cada mão disparando contra o que se imagina sejam parlamentares.
Bom, se ela compartilhou, é porque concorda com o vídeo.
A vereadora Iara Bernardi (PT), que faz parte do grupo onde Cíntia compartilhou o vídeo, teve a mesma compreensão minha e cobrou Cíntia, perguntando se valia para a Câmara de Sorocaba e se ela havia “pirado”. Cíntia disse que vale para o Congresso Nacional agora.
É irresponsável o posicionamento de Cíntia ou de qualquer outro parlamentar que recebeu votos e representa parcela do cidadão na medida em que estimula o pensamento de parcela da sociedade brasileira que acredita, de fato, que a morte dos políticos vai resolver algum problema. Cabe a um parlamentar em específico, mas a qualquer pessoa combater qualquer tipo de violência e lutar, pelas regras do estado democrático de direito, contra os maus-políticos. Não há líder, ditador, assassinato que, como num passe de mágica, resolva os problemas de qualquer nação. Apenas o exercício do voto e o fortalecimento da justiça podem combater a corrupção e expurgar os maus da política. Acabar com a política não é a solução.
Cíntia não se dirigiu a mim, mas sei que me criticou por ter externado essa posição dela. Reforço, o espaço está aberto para ela se manifestar e se explicar.