O pronunciamento à nação do vice-presidente Michel Temer (discurso preparado para o momento seguinte ao impeachment de Dilma) vazou. Mas como vazou? Pois é, sem desejar, Temer mandou o áudio a parlamentares do PMDB com o ensaio do que pretende dizer ao Brasil dizendo que fará um governo para a pacificação do Brasil. Que risco! Resta saber como Temer vai lidar com a pecha de conspirador e golpista por fazer uma transição antes da hora. Minha crença é que o discurso de Temer, ponderado que é, basicamente atende a todos os atores envolvidos no processo de impeachment, especialmente os indecisos. É quase um recado: fiquem em paz, no meu governo vocês vão ter vez. O fato é que aqui o vazamento da gravação não é visto como uma vergonha, mas como esperteza. Lembrem-se que a Lei de Gérson só existe aqui. Levar vantagem em tudo é o esporte nacional. Ser espertinho é da cultura do brasileiro. Fosse nos Estados Unidos e Temer nunca iria assumir, mesmo que haja o impeachment. Fosse no Japão, Temer se suicidaria. Fosse na Europa, ele sairia da vida pública. Mas aqui é o Brasil. Aposto que os indecisos viram bons motivos para dizer não à Dilma. Resta saber se o mercado vai confiar num governo Temer. A opinião pública já disse não, afinal 61% quer o impeachment de Dilma, mas 58% (empate técnico) quer o impeachment de Temer, conforme dados do último DataFolha.
A novidade do dia sobre o impeachment: vaza ‘pronunciamento à nação’ de Michel Temer
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