O que mais se espera faltando 13 dias para a eleição, a partir dos números da pesquisa Ibope/TV Tem divulgada há instantes na 2ª edição do Tem Notícias Sorocaba, é que os candidatos Crespo e Raul Marcelo avancem além da estratégia que usaram até o momento nesta etapa da eleição de escolha do prefeito de Sorocaba. Ou seja, um precisa desconstruir a candidatura do outro. Resta a um candidato ficar atento à campanha do outro e reagir à altura a qualquer movimento que ele venha a fazer para dar um outro olhar ao eleitor sobre quem é o candidato. São as famosas vacinas.
Agora, impossível é o eleitor ficar mergulhado nesse clima sem sal, sem sabor, das duas campanhas eleitorais. Não me lembro de ter lido, e muito menos presenciado, qualquer campanha eleitoral onde um candidato siga ignorando o outro. Cabe a um candidato alertar o eleitor sobre o que entende que são os erros do adversário. E não é atacar a pessoa. É desnudar o que está escondido. É mostrar que aquilo que o adversário está propondo não será possível de ser feito. É, enfim, fazer um debate programa após programa sobre o que o outro está escondendo.
Raul Marcelo recebeu o apoio nominal de apenas 4 dos 20 vereadores eleitos no dia 2 de outubro. Quando perguntei a Raul Marcelo na sabatina no Jornal da Ipanema, no quadro O Deda Questão, sobre essa minoria na Câmara caso venha a ser eleito ele disse que Luiza Erundina, quando eleita prefeita de São Paulo, teve eficiência na administração com uma situação igual a que ele vive hoje em Sorocaba e que não vê problema nisso. Mas há o caso mais recente, do único prefeito do PSOL do Brasil, Gelsimar Gonzaga, da cidade de Itaocara, interior do Rio de Janeiro, que viveu “quatro anos de caos político na cidade”, segundo reportagem da Folha de S.Paulo deste domingo. Nada disso está sendo colocado ao eleitor.
Além disso, Raul usa sua propaganda nas diferentes plataformas para dizer quem está com ele caso venha a ser eleito parta governar Sorocaba. E não apareceu nenhum sorocabano. Há dois professores da UFSCar Sorocaba que não são daqui. Há professores da Unicamp e UFRJ. São pessoas cujo o currículo acadêmico fala por si. São técnicos que podem contribuir para que Raul consiga fazer o que ele tem em mente. Mas é isso que o sorocabano deseja, um governo sem sorocabano? O que diz a experiência sobre isso?
E sobre Crespo, o polêmico? Ele passou a última década defendendo posições das mais extremas indo desde palavras de baixo calão contra Dilma nas manifestações do pedido de impeachment até discutir com internauta sobre questão de gênero e classificando de anormal quem não é hetero (posição que ele se desculpou posteriormente). E foi além, puxou secretário municipal pelo braço para falar quando ele não queria; abordou a vida familiar do processado pela justiça provedor da Santa Casa; colou o dedo em riste do colega vereador Irineu Toledo na Câmara; quase saiu no tapa, literalmente, com o hoje deputado federal Lippi em entrevista na rádio Ipanema…. Enfim, esse Crespo, o polêmico, deu lugar ao Crespinho Paz e Amor e Raul Marcelo não fala nada sobre essa mudança de comportamento ocorrida na eleição. Não é ataque pessoal fazer isso. É chamar o adversário para se explicar. O que é justo para o eleitor.
Além disso, Crespo age como um Avatar (corpo real neste caso da eleição e não virtual como nas redes sociais) de Renato Amary. E Raul também não diz nada. Afinal, são legítimas as perguntas: quem vai governar, Crespo ou Renato? Até quando dura essa amizade? Por que Renato apóia tanto Crespo? Mas Raul não coloca luz sobre elas.
Faltam apenas 12 dias (e as 4 horas que faltavam para terminar esta segunda-feira a partir do momento da divulgação da pesquisa Ibope/TV Tem) para a decisão do eleitor. A fotografia deste momento da eleição não é boa para nenhum dos dois. Se as campanhas seguirem blasé até o final da campanha, dia 2 de outubro chegará com a incerteza sobre quem será o escolhido pelo sorocabano para ser o prefeito.