O presidente da Irmandade Santa Casa, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, acompanhado do auditor Maurílio Quintino Fonseca; o presidente do Sindicato dos Médicos, Eduardo Luís Vieira, e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Milton Sanches, realizou pronunciamento à imprensa na manhã de hoje para anunciar medidas judiciais que serão tomadas pela irmandade em razão da falta de prestação de contas de despesas da Santa Casa e, inclusive, da transferência de dinheiro sem o devido esclarecimento ou notas de contrapartida em serviços.
Novo inquérito policial
Na semana passada, o auditor já havia adiantado que a Prefeitura de Sorocaba fez a devolução do hospital da Santa Casa à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia deixando em aberto uma dívida de R$ 16,2 milhões referentes ao não pagamento de médicos, fornecedores, impostos e diferença de estoque referente ao período de 2014 a 2016, ou seja, os 3 anos em que Prefeitura requisitou o hospital na gestão do prefeito Pannunzio.
Mais que isso, o que chamou a atenção na coletiva de hoje, foi o sentimento de perplexidade externado pelo padre Flávio, e sua equipe na direção da Irmandade, diante do lançamento e realização de operações financeiras, no referido período, sem a comprovação de que tal atividade, ou seja, o serviço, tivesse de fato sido realizado.
Também causaram perplexidade o fato da Santa Casa ter tido prejuízos em razão de processos nos quais a Santa Casa respondia terem ficado sem a defesa e, também, do não-pagamento de tributos.
Diante disso, para entender o que houve de fato e na realidade nos três anos em que a Santa Casa ficou requistada pela prefeitura a direção da Santa Casa encaminhou à Delegacia Seccional de Sorocaba os documentos reunidos na auditoria e pede que seja aberto um inquérito que é o instrumento da lei para analisar, investigar e afirmar o que aconteceu.
Não há nenhuma acusação, apenas a tentativa de compreender essa grande confusão identificada nas contas. Esse, talvez, seja o cerne da mensagem da coletiva do padre Flávio e equipe na manhã de hoje.
Seis indiciamentos
Somado a esse valor de R$ 16 milhões do governo Pannunzio, existem outros R$ 50 milhões referentes à gestão de José Antônio Fasiaben, alvo de seis inquéritos na polícia sendo que ele, todos se lembram, chegou a ser preso e está indiciado em pelo menos 5 desses inquéritos.