Com a inauguração do novo Hospital Regional de Sorocaba prevista para março, o deputado estadual Raul Marcelo questionou nesta semana o secretário estadual da Saúde, David Uip, a respeito da destinação do CHS (Conjunto Hospitalar de Sorocaba) daqui para frente.
Segundo Raul Marcelo, com o início do atendimento no novo Hospital Regional, localizado na altura do km 106 da rodovia Raposo Tavares, sentido capital, vai contribuir para desafogar o CHS, que atende cerca de 50 cidades da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).
“Porém, o governo paulista precisa apresentar o quanto antes ações para a destinação do CHS, que não pode ficar inutilizável. A ideia, pelo menos na nossa visão, com a chegada de mais um hospital regional, é ampliar o atendimento das pessoas que utilizam os serviços públicos de saúde”, comenta.
Nesse sentido, o mandato seguirá na linha de frente para fiscalizar a real destinação do Conjunto Hospitalar de Sorocaba. “Além desse requerimento, farei pronunciamentos na tribuna da Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo) para reforçar a importância de um planejamento eficaz para o CHS”, afirma.
No requerimento, o mandato indaga: 1) após a efetiva entrega do novo Hospital, quais ações governamentais serão executadas em relação ao CHS? Informar detalhadamente o cronograma previsto para 2018, assim como dos quatro anos subsequentes; e 2) quantos médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem permanecerão no CHS? Detalhar o número exato desses profissionais da saúde ao longo de 2018, assim como dos quatro anos subsequentes.
Novo Hospital Regional de Sorocaba
Segundo o governo estadual, a nova unidade prestará serviços de atendimento de urgências e emergências e terá 260 leitos, que serão ativados progressivamente, para atender à população do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Instituto de Assistência Médica do Servidor Público Estadual (Iamspe).
Iara pede avaliação profunda
A vereadora Iara Bernardi (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de Sorocaba na última terça-feira (20/02) para expor as possíveis inconsistências referentes ao contrato de funcionamento do novo Hospital Regional de Sorocaba. Ela pediu que a Comissão Permanente de Economia, Finanças, Orçamento e Parcerias do Legislativo se debruce sobre o contrato para investigar eventuais distorções, equívocos e incoerências referentes aos repasses públicos e ao funcionamento da estrutura.
A Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), que administra hospitais em São Paulo e em outros estados, será a responsável pela gestão da unidade. O modelo de contratação é diferente do atual Regional: será o modelo de Parceria Público Privada, em que os funcionários, ao invés de serem concursados, prestarão serviços para a organização gestora. O investimento total na estrutura, contando com os equipamentos, foi de quase R$ 224 milhões de reais.
Mesmo antes de ser inaugurado o hospital, a organização gestora, SPDM, já recebeu, entre dezembro e janeiro deste ano, R$ 1.2 milhão de reais, para custeio. Até abril deste ano, a SPDM já deverá ter recebido um total de quase R$ 7 milhões de reais, momento em que o hospital já deverá estar em funcionamento. No contrato de gestão com a SPDM, nos próximos cinco anos, deverão ser repassados R$ 560.906.472,03 para o funcionamento da estrutura.
“Queremos entender a lógica por trás desses repasses, e mais do que isso, saber se a quantia prometida para o repasse anual é suficiente para manter a estrutura em funcionamento. Hoje não temos parâmetro para saber se o valor de repasse prometido será o suficiente ou se está atendendo aos padrões. Teríamos de ter um comparativo com outros hospitais”, enfatizou. “E esse valor de quase R$ 79 milhões para o custeio em 2018, está correto?”, questionou a parlamentar.
O Hospital Regional terá 250 leitos e 10 salas para cirurgias nas especialidades cardiovascular, ortopedia, neurocirurgia, clínica médica e pediatria. A parlamentar questionou a ausência do tratamento de câncer no hospital, ressaltando que em Sorocaba somente a Santa Casa faz esse atendimento, para toda a região.