Na próxima segunda-feira a comunidade negra de Sorocaba promove uma marcha com o tema “Contra o Racismo, o Genocídio e a Intolerância, por um projeto político de Vida para o Povo Negro” com concentração a partir de 10h na rua Barão de Tatuí, em frente a Capela João de Camargo, de onde seguirão até a praça central de Sorocaba.
A condição do negro (racismo, desigualdade, cultura…) foi tema da entrevista da coluna O Deda Questão de hoje no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz) onde recebi Tereza Ferreira e Luciana Leme, dias ativistas da causa em Sorocaba. Elas deram números e exemplos de como o negro acaba sendo marginalizado e responderam, em alto nível, provocações de ouvintes que afirmaram que essa questão é mi-mi-mi, ou seja, apenas reclamação.
Ao explicar os termos do tema da marcha, Tereza e Luciane lembraram que o racismo (conjunto de teorias e crenças que estabelecem uma hierarquia entre as raças) está incrustado na sociedade brasileira e que isso precisa ser combatido. Ela deu como exemplo a fala do jornalista William Waack, que desabafou dizendo que um barulho no momento em que ele faria uma transmissão na TV Globo, “era coisa de preto”. O jornalista está afastado do Jornal da Globo em função dessa expressão racista.
Já o genocídio (extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso) é o que se vê no Brasil no crescente número de mortes de negros entre 15 e 25 anos promovido em especial pela polícia.
Sobre a intolerância, Tereza explicou que um empregador prefere claramente um branco para um trabalho, mesmo quando o negro tem iguais condições técnicas para a ocupação. Isso fica evidente com os recentes dados do IBGE a respeito do desemprego no Brasil. Entre os brancos a taxa de desemprego é de 9% e entre os negros de 14%.
Conselho do Negro
Como parte das dezenas de atividades que comemoram a Semana da Consciência Negra em Sorocaba, na quinta-feira (16/11), o prefeito Crespo deu posse aos Os novos integrantes do Conselho Municipal de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra (CMPDCN) para o biênio 2017/2019. A partir de agora o órgão é presidido por José Marcos de Oliveira, do Fórum Regional de Promoção da Igualdade Racial de Sorocaba. Na oportunidade, José Marcos lembrou que “é impossível de se viver em uma sociedade com práticas racistas”.