O prefeito eleito lamentou durante a entrevista de hoje na coluna O Deda Questão, no Jornal da Ipanema (FM 91,1Mhz) que o prefeito que está deixando o cargo não tenha atendido um pedido de favor seu.
Crespo disse que ao ouvir Pannunzio no Jornal da Ipanema entendeu que ele havia deixado um espaço para que pudessem conversar e o atual prefeito protocolar na Câmara o projeto de Reforma Administrativa. Li depois nos jornais que o Pannunzio havia dito que não iria mesmo apresentar o projeto. Mas mesmo assim Crespo explicou que foi até Pannunio e pedi que fizesse um favor neste sentido, que a assinatura dele estaria no projeto, mas que a sanção, portando a responsabilidade pelas mudanças, seria feita por ele Crespo. Pannunzio educadamente disse que não poderia fazer este favor e mostrou que havia recebido um documento do Ministério Público onde ele se sentia inclusive ameaçado de ser processado se apresentasse o projeto. “Isso não foi bom, vai atrasar em pelo menos um mês as mudanças que serão feitas para que o governo atenda aos anseios da população, essa sim, o patrão do político. Uma pena, você sabe que quando a gente pede um favor e a pessoa atende, você fica devendo a ele também um favor do mesmo tamanho, peso, importância e valor. Mas Pannunzio não etendeu assim o meu pedido”, lamentou Crespo.
Perguntei, então a Crespo, sobre o que ele Pannunzio falaram durante as conversas da transição: “como o que vale é o que está documentado, no relatório que ele me entregou, as conversar giraram em torno de nossa amizade, sobre os filhos, amenidades. Nunca falamos de política, sobre decisões sérias, apenas de nossa amizade”, explicou Crespo.
Minha interpretação é que caso Pannunzio tivesse encaminhado o projeto da Reforma Administrativa, como pediu Crespo, ele poderia retribuir com um grande favor. Qual? Minha especulação, obviamente, pois não tenho como saber disso, é que o Relatório do Relatório não seria algo que será tornado público. Entendo que na próxima terça-feira (leia postagem anterior) Crespo dirá que está recebendo uma “herança maldita” de Pannunzio. Todos se lembram que assim Lula se referiu a FHC quando se tornou presidente da República.