O vereador licenciado e secretário de Relações Institucionais da Prefeitura de Sorocaba, Anselmo Neto, e a deputada estadual Maria Lúcia Amary (ambos do PSDB) concederam entrevista hoje na coluna O Deda Questão do Jornal da Ipanema (FM 91,1 Mhz). O assunto que uniu as duas entrevistas tem relação com o anunciou feito pelo ex-prefeito Pannunzio, na última sexta-feira, de que está aberto o processo de expulsão de Anselmo Neto do partido.
Por trás do conflito estão, segundo Pannunzio, dois aspectos: A) O DEM e o aliado PMDB desejam eliminar o PSDB sorocabano, matar a importância que o PSDB teve para Sorocaba nos 20 anos que administrou a cidade; B) Crespo quer fazer da administração Pannunzio o bode expiatório da sua falta de capacidade para cumprir o que prometeu em campanha. Ou seja, defende Pannunzio, é incoerente a presença de Anselmo num governo com esses objetivos. O mesmo posicionamento foi defendido pela deputada Maria Lúcia sendo ela, portanto, a favor da expulsão de Anselmo.
O vereador licenciado e secretário Anselmo afirma que a cidade está acima do partido e que Pannunzio quer que Crespo se dê mal, e pouco se importa com a cidade, para que ele Pannunzio (ou um indicado por ele) possa voltar com força na próxima eleição. Fora isso deixou claro que não vê nada de errado em sua conduta que possa sacramentar a sua expulsão da legenda.
Vereador não cai, deputada cai
Atento às provocações dos entrevistadores, Anselmo Neto ouviu a gravação de Crespo chamando Pannunzio de “Rainha da Inglaterra” e Pannunzio chamando Crespo de “Parlapatão” (veja postagens anteriores) e quando perguntado qual o papel que lhe caberia neste reino de Sorocupira (mistura de Sorocaba com a fictícia Sucupira de Dias Gomes, que fez sucesso em novela com o prefeito Odorico Paraguaçu) foi claro em dizer que esse é um problema pessoal de Pannunzio e Crespo e não iria fazer parte das acusações.
Pega num momento de descontração da entrevista, Maria Lúcia ouviu a mesma troca de xingamentos e se divertiu, rindo bastante. Ao ser perguntada sobre o qual papel lhe caberia em Sorocupira, hesitando um pouquinho, disse que era de Primeira-Ministra.
Vale lembrar que este é um cargo do sistema político Parlamentarista (Inglaterra, França, Itália são os mais famosos deles) onde cabe ser o primeiro-ministro o líder do partido político que tem a maioria no parlamento. As suas responsabilidades principais incluem coordenar a atividade do governo, designar vários membros do governo, e, conjuntamente com o chefe de Estado, a representação do governo do seu país no mundo.
Quem mais se atreve a fazer parte desse imaginário onde já coexistem a Rainha da Inglaterra, o Parlapatão e a Primeira-Ministra?
Ainda acho que críticas que fogem da análise política servem tão somente para estimular o senso comum de que os políticos não são sérios e só pensam nos benefícios deles próprios. Crespo chamou Pannunzio para brigar na praia dele e ele topou e levou junto Maria Lúcia. Não faço ideia de quem será o vencedor, mas estou certo do perdedor: todos eles.