Antônio Melo lançou em 8 de março de 2018 o livro “A Vingança”, romance que mergulha no submundo das relações entre a política, a polícia e empresários com a pistolagem, a prostituição e os subterrâneos dos negócios.
A história se passa em vários estados -Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Maranhão e Pará e aborda temas ligados às frentes de trabalho da seca, o conformismo, o sindicato da morte, a guerrilha da região do bico do papagaio, a religiosidade, o progresso enganoso do interior do Nordeste.
Trata-se de uma mescla de fatos reais e imaginários que se desenrolam através da vida e da vivência de Dinha, essa menina que nunca viveu, mas sempre existiu em todo o nosso Nordeste. Uma história que está sendo vivida hoje em todas as regiões, com personagens que nunca nasceram, mas que podem ser encontrados na maioria das cidades do Brasil.
Melo é natural de Natal (RN), jornalista, e no currículo profissional tem trabalho na Veja, Jornal do Brasil, Folha, O Globo e Estado de S. Paulo.
Sorocaba na sua vida
Melo na eleição do Colégio Eleitoral entre Paulo Maluf e Tancredo Neves, que acabou escolhendo Tancredo, que morreu e deixou o governo para o vice, José Sarney, era repórter da Folha neste momento crucial da história da redemocratização do país.
E dessa atividade profissional nasceu a oportunidade – que a modernidade do processo eleitoral adquiriu já no pleito de 1989, quando Collor ganhou – para Melo iniciar seu trabalho de marqueteiro. A esse profissional, numa campanha, cabe traçar estratégias de convencimento do eleitor a escolher o candidato para o qual ele trabalha.
Depois de concorrer (e terminar em 4º lugar na disputa da Prefeitura de Sorocaba em 1992), Renato Amary contratou Melo e assim ele passou a fazer parte da história de Sorocaba. Coube a ele ser o marqueteiro das três seguintes campanhas de Renato Amary: 1992, 1996 (vencedoras) e 2014 (perdeu). Ainda foi dele a campanha vitoriosa de 2004, quando da primeira eleição de Vitor Lippi. Nessa campanha conheci e trabalhei com Melo e nasceu nossa amizade.
Sem Sorocaba no romance
Fiz duas perguntas a Melo sobre o seu romance:
- Sobre o que é o livro?
Amigo, trata-se de um romance que aborda as relações entre políticos, empresários e Polícia com o sindicato da morte, a prostituição e a exploração da religiosidade. Eu ia escrever um conto de 3 laudas. Terminou num livro de 324 páginas
- Alguma passagem sorocabana?
Não. É uma história que tem a cara bem nordestina, mas que acontece, todos os dias em todo Brasil dos cafundós do Judas.
Sem Sorocaba no romance
Para o leitor entender o alcance do romance de Melo, uso manifestação de Jose Antonio Pereira Rodrigues, da Procuradoria Geral do Estado do Rio Grande do Norte e professor de Direito: “Para quem gosta, como eu, do realismo de personagens vivos de carne e osso, esse livro de Antônio Melo mais parece uma biografia romanceada de toda aquela gente nossa conhecida desse palco da vida natalense. Marco Aurélio de Sá, meu colega de 3º ano clássico no Atheneu e de Faculdade de Direito, ainda hoje deve estar dando gostosas gargalhadas. O livro ficou uma beleza, sob todos os aspectos. Numa reedição, quem sabe, possamos reviver aquela noite em que Orlando Silva soltou seu vozerio no salão grená da Ilustre Casa, não de Ramires, mas da não menos aristocrática Maria de Oliveira Barros. Na outra noite ele se apresentou na sede velha da FIERN, que ficava num prédio de Miguel Carrilho, ali na Av. Rio Branco. Eu assisti as duas apresentações. Orlando fora levado para ambas pelo saudoso Ney Aranha Marinho, advogado, ex-deputado e boêmio incorrigível. Seria uma boa, meu caro Melo.
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Uma resposta para “Marqueteiro de 3 das 4 campanhas de Renato Amary a prefeito de Sorocaba lança romance (com políticos, empresários, morte, prostituição), mas ele diz que não tem relação qualquer com Sorocaba, nem mesmo citação”