Médico, que pelas razões óbvias me pede o anonimato, me conta que o prefeito Pannunzio colocou o dedo numa ferida ao falar a verdade: é fácil, sim, obter atestado. Não há nenhum tipo de investigação para saber se o médico deu um atestado por necessidade (quando de fato o paciente está doente) ou conveniência (quando prefere evitar atrito com o paciente e atende ao seu desejo de ter o dia de trabalho abonado). Fica o desafio para o sindicato mexer neste vespeiro e autuar os médicos que dão atestados mesmo que seja por medo.
Um outro médico me conta que é praxe e habitual os médicos da rede pública municipal de Sorocaba darem atestado médico para qualquer um que for buscar atendimento. E isso acontece, me diz ele, desde que alguns anos atrás, quando um médico foi agredido por um paciente dentro do Posto de Saúde de Brigadeiro Tobiais por se recusar a dar um atestado a um paciente que não precisava, o próprio gestor da prefeitura falou que era para dar atestado e evitar problemas.
Uma terceira profissional de saúde, essa da área de apoio, me diz que não tem nada pior para um médico do que bater boca com um paciente e, pior ainda, quando este paciente está visivelmente alterado emocionalmente. Para evitar problema, é só dizer que quer um atestado e falar que dá com dor em tal lugar que o dia já é abonado. Ninguém quer correr risco numa unidade de atendimento.