A advogada Marina Elaine Pereira, ouvidora da Prefeitura de Sorocaba, membro do Conselho da Mulher e integrante do diretório municipal do DEM, fez ao longo de 2017 (com exceção no período de 42 dias em que o prefeito esteve cassado) um trabalho de pesquisa, conversa e entendimento dos problemas dos usuários das 32 Unidades Básicas de Saúde de Sorocaba. Esse estudo foi entregue ao prefeito Crespo no final do ano passado. Essa informação foi dada por ela própria, na manhã de hoje, na coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91,1Mhz).
Apesar de minha insistência, ela explicou que deve ao prefeito o sigilo dessas informações e que ele, como o chefe do executivo, deve fazer o uso que julgar mais adequado com as informações. Eu disse a ela que o prefeito vai fazer as mudanças que pretende no atendimento de saúde com base no relatório apresentado por ela e Marina Elaine disse que desconhece essa informação. Mas isso é fato e dito pelo próprio prefeito, inclusive, ao vivo durante sua participação na rádio Cruzeiro na manhã de hoje.
Diante da decisão do médico Ademir Watanabe de deixar o comando da secretária da Saúde (mas mantendo a disposição de dar um suporte técnico ao futuro secretário) – já comunicada ao prefeito, inclusive – a ouvidora Marina Elaine reúne todas as credenciais para assumir a pasta. Perguntei, ao vivo hoje, se ela recebeu o convite e ela disse que não e nunca ouviu nada a respeito disso.
A participação dela hoje na coluna O Deda Questão (foi a sua primeira entrevista ao Jornal Ipanema, anteriormente ela nunca havia concedido entrevista), respondendo com firmeza a todas as colocações, mas com elegância, não fugindo dos temas, ajudaram ela ainda a mais o prefeito Crespo a decidir por chama-la para assumir o comando da saúde. Um detalhe é importante: quando perguntei se ela aceitaria ser a secretária se vier a ser convidada, ela disse que sim por fazer do grupo.
144 mil atendimentos
Marina Elaine explicou que a Ouvidoria da Prefeitura – que ainda tem a Corregedoria, Controladoria e Promotoria Econômica – age de maneira passiva (quando recebe a manifestação do cidadão pelo telefone 156, pelo site ou presencialmente) e ativa (quando vai o cidadão, como foi ao longo de todo o ano passado nas UBS). E os números são impressionantes: 144 mil pessoas (ou seja, todos com CPF diferentes) se relacionaram com a Prefeitura através dos três canais disponíveis e desse total em apenas 626 situações o problema precisou da intervenção da Ouvidoria para que a solução fosse dada ao cidadão.