Na sequência de entrevistas com agentes que definirão a reforma trabalhista em tramitação em Brasília, hoje foi a vez de sindicalista atacar o projeto

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SmetalEu

Na semana passada, na coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema (FM 91.1Mhz) o deputado federal sorocabano Vitor Lippi concedeu entrevista e explicou os motivos dele ser favorável à reforma trabalhista em tramitação na Câmara, justificando sua posição lembrando que há abuso na quantidade de ações trabalhistas no Brasil. Na manhã de hoje, no mesmo espaço, foi a vez do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba, Leandro Soares, ter voz para defender a posição dos sindicalistas. Ele declarou ser contra a proposta de reforma trabalhista, “não vai trazer benefício nenhum para o trabalhador”. Segundo a compreensão dele, “na reforma que está sendo colocada, há a flexibilização para pior na questão trabalhista no país. Existe interesse por trás disso. Quem financiou a campanha da grande maioria dos políticos no país? São empresas privadas quem têm interesse por conta disso”, criticou.

Soares também questionou o fato de, quando a economia do país estava bem, “ninguém falar sobre proposta de reforma”. “Por que, nesse momento de crise, os trabalhadores têm de pagar a conta referente a isso?”.

Questionado se o sindicato entende o empresário como a “figura má” sobre a proposta, Soares responde que “não”. “A questão é que eles defendem os próprios interesses. Falar que a reforma trabalhista vai gerar empregos no país… me diga onde faz esse cálculo?”. Neste momento, ele cita uma das propostas que, em caso de acordo entre a empresa e os trabalhadores, a jornada em um único dia pode chegar até a 12 horas, ou seja, oito horas normais somadas a quatro horas extras. “Se eu [ fosse empresário]  e tiver condições de ter uma jornada de 12 horas de trabalho, irei defendê-la. Terei apenas dois turnos de trabalho”, explicou, descartando a hipótese de a reforma poder gerar mais contratações empregatícias.

 

O presidente também aproveitou para rebater o discurso do deputado federal Vitor Lippi (PSDB), que afirmou, durante entrevista ao Jornal da Ipanema, votar a favor da reforma. Na entrevista, o parlamentar disse que “há uma indústria de ações trabalhistas no intuito de prejudicar os empresários de pequeno porte”. “Gostaria que o deputado demonstrasse qual empresa fechou por conta dessa fraude judiciária citada por ele”, defende. “O que existe são empresas que deixam de cumprir com suas obrigações e fecham”.

Depois de Lippi e Leandro Soares, a coluna O Deda Questão no Jornal da Ipanema terá ainda entrevistas com representante da Justiça do Trabalho e dos empresários através de algum dos dirigentes do Ciesp-Sorocaba.

FOTO: Leandro Soares faz críticas à reforma trabalhista e afirma que deputados favoráveis a ela receberam financiamento dos empresários que serão beneficiados pela reforma

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