O zoológico de Sorocaba comemora o nascimento de 22 cascavéis em seu serpentuário, mas não controla a extração do soro de cada uma delas cujo o grama chega a custar 350 dólares

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Recebo a manifestação de pessoas ligadas ao movimento que busca preservar animais dos maus-tratos que rebatem relise (informação oficial) da Prefeitura de Sorocaba celebrando o nascimento de 22 cobras cascáveis dentro do Zoológico de Sorocaba no dia 15 de dezembro de 2015. Ou seja, os bichos estão com 60 dias de vida. O alerta recai sobre três aspectos:

  1. Isto contraria a recomendação da Secretaria Estadual Meio Ambiente (contra a reprodução em zoos). Apesar disso, o zoo de Sorocaba bate recordes de reprodução. As cascavéis não estão em risco de extinção então a Secretaria Estadual não recomenda a sua procriação.
  2. Estas cascavéis se alimentam de animais vivos, tipo pintinho e coelho
  3. Elas possuem mercado para colecionadores ou extração veneno. O grama do veneno de cascavel no mercado internacional pode chegar a 350 dólares. Mais que ouro.

Uma questão é: por que o zoo reproduz essas cascáveis? Informação oficial da Prefeitura dá conta que isso ocorre porque “Futuramente, alguns desses filhotes poderão ser incorporados ao plantel de apresentação do Zoo de forma definitiva ou formarão novos casais em outras instituições (como zoológicos, criadouros ou institutos de pesquisa), além de serem pesquisados pelos biólogos do Zoo.” O Zoo de Sorocaba se destaca há vários anos no cenário nacional e internacional pelo sucesso na reprodução de diversas espécies. Como os nascimentos de répteis no parque acontecem no verão, outros nascimentos estão previstos para essa temporada.

Outra questão: quem controla a extração dos venenos do 22 filhotes de cascavel (Crotalus durissus)? Não há essa resposta.

O fato é que os filhotes nascidos no dia 13 de dezembro de 2015, estão gozando de ótima saúde e assim que nasceram fizeram sua primeira refeição: neonatos de camundongos. “Além de estar se alimentando, já fizeram a primeira troca de pele e estão com um padrão de atividade normal da espécie”, explica o biólogo Marcos Tokuda, responsável pelo Setor de Répteis do Zoo.

O serpentário possui, atualmente, cerca de 100 indivíduos entre serpentes, lagartos, anfíbios e quelônios, como a famosa jararaca-ilhoa, falsa-coral, o urutu-cruzeiro e o sapinho-garimpeiro, entre outros.

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