Paz na sessão da Câmara lembra clímax de filme de terror

Compartilhar

A sessão da Câmara Municipal de Sorocaba desta quinta-feira foi muito tranquila. Essa é a primeira frase da reportagem sobre as atividades dos vereadores sorocabanos publicada no Portal Ipanema no começo da tarde de hoje.

Em que pese a sessão quase não ter acontecido por falta de quórum –, uma vez que na abertura dos trabalhos, feita pelo vereador Engenheiro Martinez (o filho do presidente da Casa, vereador Rodrigo Manga, passou mal e ele esteve ausente) não haver o número de vereadores necessários em plenário –, o  fato é que essa paz é exclusivamente aparente.

O sentimento (obviamente que essa é minha interpretação) é do clímax do filme de terror, quando nem o espectador e nem a personagem sabem que o protagonista da história será alvo do antagonista que age de surpresa.

Embora não seja meu gênero preferido de filme, me lembro de ter sentido muito medo em O Silêncio dos Inocentes com ‎Jodie Foster e; ‎Anthony Hopkins‎ no papel de Doctor Lecter, que era um canibal impiedoso.

Traduzindo: Meu sentimento é de que há uma clara preparação para uma nova Comissão Processante (instrumento para a cassação do prefeito). Ao contrário da primeira, que obteve êxito (depois revertido na Justiça), onde a “causa” foi o comportamento de Crespo (todo mundo se lembra); desta vez o desejo é se buscar algo mais palpável na lei (como, por exemplo, o contrato assinado com a Cies Global e que é alvo da CPI iniciada nessa semana; ou o pagamento em duplicidade feito à merenda que também é alvo de uma CPI).

A agitação no Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba – e entre os vereadores e seus assessores ligados ao funcionalismo público – é indicativo de que possa sair de lá o agente desse pedido. Por lei, o presidente da Câmara tem que colocar em votação se cria ou não a Comissão Processante. Nesse caso são necessários que 11 vereadores assinem o início do processo. E uma vez iniciado o processo, bastará alimentar a opinião pública diariamente com dados que levem a uma rejeição ainda maior do prefeito para que dê conforto aos vereadores na hora do voto. Afinal, foi essa a justificativa de quem votou pela cassação de Crespo no ano passado: o prefeito tem alto índice de rejeição.

Só deixo uma pergunta a todos que estão empenhados nisso: o que a cidade ganha com a cassação do prefeito? Mais, o que a cidade ganhou com a primeira cassação de Crespo? Quem ganhou e quem vai ganhar com a troca do prefeito?

Fui contrário a cassação de Dilma (que aconteceu), de Temer (que não aconteceu) e de Crespo (que aconteceu) não por qualquer sentimento que nutra por algum desses três, mas pela convicção de que o voto precisa ser respeitado e que a correção desse voto se dê com eleição, no tempo previsto para isso.

Comentários