Presidente da CPI do Transporte afirma que eu “jogo a CPI contra o povo” quando afirmo que a conclusão dos trabalhos é capenga e falha ao não responder o motivo da fuga do usuário do sistema

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Na coluna O Deda Questão no Jornal Ipanema (FM 91.1Mhz) na manhã de hoje, o vereador Renan Santos (PCdoB), presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Transporte, contestou minhas colocações a respeito da conclusão dos trabalhos de seis meses dos vereadores.

O vereador ignorou o trecho onde afirmo que foi excelente o trabalho da CPI para reunir dados que sustentam o que eu já havia avisado em 2013 (que o transporte ruma ao colapso), mas focou sua indignação quando eu afirmo  que “por outro lado, o resultado da CPI é também capenga e falho no que diz respeito a ouvir o usuário que é quem sabe o que é preciso para que ele não deixe de andar de ônibus e, principalmente, o que fará ele voltar a usar o ônibus preferencialmente. Uma pena. Poderiam estender os trabalhos por mais 6 meses e oferecer um diagnóstico bastante preciso do que fazer. Oportunidade desperdiçada”.

O vereador disse que sou ignorante ao não saber que uma CPI precisa de um objeto e o objeto dessa CPI foi o de averiguar e concluir que o subsídio alto que a prefeitura dá às empresas de ônibus (valor que já chegou a R$ 70 milhões por ano) não se justifica. Ele afirmou que a “Urbes é uma mãe para as empresas de ônibus”. O vereador disse ainda que a CPI não pode tratar de futuro (que é o que eu cobro e a classifico de capenga) por lei, mas apenas de fatos (ou seja, do que passou). E que essas minhas colocações “jogam a CPI contra o povo”. Por fim, disse que minha ignorância é tão grande ao sugerir que eles ficassem mais 6 meses trabalhando nessa CPI diante dessa possibilidade não ser regimental.

Na minha ignorância, como apontou o vereador, fico com o sabor de frustração. Um sabor, aliás, amargamente sentido diariamente por quem precisa ficar ziguezagueando dentro dos ônibus numa lógica, repito, que teve seu sentido em 1989, quando foi adotada, mas que perdeu completamente o sentido em 2018.

Na minha ignorância, o que tenho mais visto neste cinco anos com a coluna O Deda Questão é quem tem o poder de um mandato (prefeito e vereadores) ou o poder de uma ação ou decisão (como casos da Polícia, Ministério Público e Justiça) é que eles são focados e dedicados em atender a Norma deixando completamente em segundo plano o cidadão.

O insulto do vereador, de que ignoro a Norma, não me fere tanto quanto fere uma CPI ignorar os verdadeiros motivos que levam o sistema de transporte de Sorocaba ao colapso. Vou seguir batendo nesta tecla até que a autoridade competente se mexa (já estão se mexendo com os projetos de BRT e VLT?) ou explique onde está mexendo, a qual custo, em que prazo e com qual resultado projetado para o usuário.

Os dados da CPI falam por si só: O transporte coletivo urbano de Sorocaba perdeu mais de 9 milhões de usuários, que caíram de 57 milhões, em 2015, para 48 milhões, em 2017, o que representa uma perda financeira de mais de 40 milhões de reais.

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