Santa Casa começa trabalho para romper barreira do preconceito

Compartilhar

O presidente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Sorocaba, padre Flávio Jorge Miguel Júnior, deu um passo ousado, neste final de semana, ao promover o primeiro encontro do hospital, que é referência no atendimento à saúde pública de Sorocaba, com integrantes da comunidade GLBT (Gays, Lésbicas…) com o objetivo de “refletir como a Santa Casa pode  acolher aos cidadãos(ãs) GLBT, que pagam seus impostos, com respeito, acolhida e amor , evitando assim qualquer tipo de preconceito ou discriminação”, me explicou o padre Flávio.

Em outro trecho de seu pronunciamento, Padre Flávio também me explicou que “a Irmandade da Santa de Sorocaba, que é uma associação privada, é permeada pela filosofia da fé cristã católica e pelos ensinamentos de Jesus. E o Catecismo da Igreja Católica, no número 2358, trata desta ação pastoral de respeito e acolhimento. Nossa missão é servir com amor e respeito”.

Por acolhimento digno dos pacientes LGBT se entende que possam obter atendimento sem que não sofram discriminação por sua condição seja por homofobia, transfobia ou qualquer forma de preconceito.

Já o Catecismo ao qual o padre Flávio se refere, diz: “Um número não negligenciável de homens e de mulheres apresenta tendências homossexuais profundamente enraizadas. Esta inclinação objetivamente desordenada constitui, para a maioria, uma provação. Devem ser acolhidos com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á para com eles todo sinal de discriminação injusta. Estas pessoas são chamadas a realizar a vontade de Deus em sua vida e, se forem cristãs, a unir ao sacrifício da cruz do Senhor as dificuldades que podem encontrar por causa de sua condição”.

No encontro, a Câmara de Vereadores esteve representadas pelas vereadoras Iara Bernardi (PT) e Fernanda Garcia (PSOL), além da Associação dos Transgêneros, membros do Conselho LGBT, Conselho Regional Psicologia.

Minha interpretação

Certamente, senão publicamente ao menos reservadamente, o padre Flávio sofrerá críticas por essa iniciativa que é inédita na história da Santa Casa de Sorocaba, local com mais de 200 anos de vida. Sorocaba é uma cidade conservadora, o que significa dizer que rejeita relações de homossexualidade que sejam explícitas. Mas esse primeiro passo para o trabalho de acolher essas pessoas demonstra que respeitar a dignidade é o caminho de luta de uma sociedade do século 21. Que o padre Flávio tenha força e amparo para ajudar o sorocabano a ultrapassar seus preconceitos e todos seus pacientes a terem atendimento digno.

Comentários