Levei um susto quando um amigo me perguntou hoje pela manhã se eu podia confirmar a morte de Sérgio Roberto Jacinto.
Eu não podia.
Meu último encontro com ele havia ocorrido no ano passado quando ele, Luiz Marins e eu voltamos de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, de carona no carro de Marcelo Duarte. Nós estávamos no hotel resort Terras Altas, onde aconteceu um evento da empresa Notredame.
Paramos no km 53 para um café e deixamos Sérgio em sua casa, num condomínio perto do Paço Municipal. Ele estava feliz. Os negócios iam bem. A vida estava se ajeitando com todos os elementos passados e presentes. Havia futuro. Não fazia parte de seus planos morrer agora, tão novo, aos 66 anos e nove meses.
Ele se tornou referência no mercado imobiliário por sua atuação no setor, no sucesso da sua empresa, no contato com o consumidor através de sua coluna semanal na rádio Cruzeiro FM que migrou ao portal Tem Mais da TV Tem. Mas sobretudo ao organizar o setor canalizando o dinheiro dos anunciantes imobiliários de modo a otimizar o retorno dos anúncios publicitários à quantidade de dinheiro investido.
Eu conheci esse Sérgio Jacinto, mas havia um anterior, residente na esquina das ruas Miguel Sutil e Balthazar Fernandes na Vila Santana de minha infância. Minha geração é a da Marisi, sua irmã. Mas eu me lembro de todos irmãos, inclusive o que morreu, Paulinho, meu parceiro de dupla em muitos jogos de tênis no Clube de Campo, e suas irmãs como a Regina e a Stela, essa da loja de roupas e materiais esportivos, Unisport, e sua assiduidade na missa das sete da noite no sábado na igreja de Santa Rita. Me lembro dos seus pais.
Sérgio Jacinto morreu de infarto na manhã de hoje. A hora do dia em que os cardiologistas mais pedem atenção aos pacientes, especialmente no frio quando as veias e artérias do corpo humano se contraem em razão das baixas temperaturas. Não sei se Sérgio fazia algum tratamento, mas sei que era magro, comia regradamente e não fumava. Apenas chegou a sua hora.
Sem ele, as manhãs na padaria Real que já não eram as mesmas desde a morte do Malufão, definitivamente estão descaracterizadas. Seo Zé, que empresta seu rosto ao logo da padaria, nunca imaginou que veria a morte de dois de seus ilustres clientes. Tão jovens para o padrão de vida dos tempos atuais onde passar dos 85 anos se tornou a realidade.
Não sei o que se passava pela cabeça dele quando ele foi dormir ontem, mas certamente não estava em seus planos morrer hoje.
Descanse em paz, Sérgio!